Mudanças genéticas na cannabis podem trazer produção em escala industrial

Publicada em 04/09/2019

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O portal Sechat traz a seguir a tradução de uma parte do artigo escrito pelo jornalista Elie Dolgin para a revista Nature chamado “A bioengenharia da cannabis”. O texto faz parte de um suplemento independente desta que é um das principais publicações científicas do mundo.


A única planta conhecida por produzir tetrahidrocanabinol (THC) é a cannabis, mas permanece sendo um 'reservatório' imperfeito para produção química em escala industrial. A substância psicoativa é encontrada apenas em plantas com tricomas, o que significa que seus caules e folhas são biomassa desperdiçada.

A engenharia genética poderia fornecer alternativas mais eficientes. Alguns pesquisadores e empresas de biotecnologia pretendem substituir as plantas de cannabis por micro-organismos geneticamente aprimorados para gerar THC, o composto não psicoativo canabidiol (CBD) e inúmeros outros canabinoides de interesse farmacêutico. Outros têm como objetivo modificar a síntese química na planta de cannabis, alterando geneticamente suas células para produzir as moléculas desejadas do início ao fim, aumentando assim o rendimento.

De uma forma ou de outra, o objetivo é o mesmo: produzir canabinoides de forma menos custosa, eficiente e confiável do que pelo cultivo convencional de plantas em estufas ou campos de agricultores. Além disso, há os benefícios da síntese microbiana, que incluem a capacidade de produzir em massa canabinoides, os quais geralmente estão presentes nas plantas em apenas pequenas quantidades. As plantas transgênicas também podem ser projetadas para oferecer resistência superior a pragas e estresses ambientais.

Sem contar que o interesse comercial por essas estratégias está aumentando. Por exemplo, em 2018, a Canopy Growth Corporation em Smiths Falls, Canadá (a maior empresa legal de cannabis do mundo) pagou mais de US $ 300 milhões em dinheiro e ações para adquirir a Ebbu, uma pequena empresa em Evergreen/Colorado, que havia desenvolvido uma das plataformas mais antigas para manipular o genoma da cannabis com o sistema de edição de genes. 

No mês de abril, a Zenabis, uma produtora de maconha com sede em Vancouver/Canadá, concordou em comprar 36 toneladas de CBD quase puro e produzido por bactérias da empresa de maconha medicinal Farmako, em Frankfurt/Alemanha, que é o primeiro negócio desse tipo para canabinóides biossintéticos.

Leia o artigo completo (em inglês)