Agência Federal Canadense financia pesquisa científica sobre os efeitos da maconha no COVID-19

Em ação incomum, o NIDA pagará aos pesquisadores até US $ 100 mil por ano para descobrir se fumar maconha afeta os sintomas do COVID-19

Publicada em 27/04/2020

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Médicos canadenses anunciaram seu interesse em pesquisar se as propriedades encontradas na Cannabis, incluindo canabinoides e terpenos, poderiam curar os sintomas do COVID-19. Agora, o governo americano também quer que os cientistas estudem a relação entre maconha e coronavírus, embora não da mesma maneira.

O Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIDA) emitiu um Aviso de Interesse Especial no mês passado afirmando que faria um financiamento para pesquisas sobre como os indivíduos com transtornos por abuso de substâncias são afetados pelo COVID-19. A carta pedia especificamente que a pesquisa fosse feita em indivíduos que fumam tabaco, maconha e/ou vapes, atitudes vistas como nocivas diante do coronavírus.

“A comunidade de pesquisadores deve estar alerta para a possibilidade de que isso possa afetar algumas populações com transtornos por uso de substâncias ou quem tem HIV”, afirmou em nota o NIDA. "Como ataca os pulmões, o COVID-19 pode ser uma ameaça especialmente séria para quem tem o hábito de fumar tabaco, maconha ou vape.”

A carta também menciona aqueles que usam opioides ou metanfetaminas, pois esses medicamentos comprometem o sistema imunológico e afetam a saúde respiratória. Outras solicitações de pesquisa incluem análises fatores ambientais, desabrigo, encarceramento, bem como os hospitais superlotados, que podem mudar a maneira como ocorrem o tratamento de pacientes com dor e o uso de opioides.

O NIDA aceitará inscrições até o dia 31 de março de 2021 e concederá projetos de até US$ 100 mil por ano em financiamento. Existe uma ressalva: os estudos devem ser concluídos em até dois anos.

Embora as agências federais tenham evitado a pesquisa sobre drogas no passado, isso vem mudando lentamente nos últimos anos.

Um estudo apoiado pelo governo federal descobriu que os dispensários de maconha medicinal atraem menos crimes do que as lojas de tabaco ou álcool. Além disso, a Agência de Repressão às Drogas (DEA) analisará finalmente 37 pedidos para cultivar mais maconha para pesquisas médicas após uma espera de quatro anos.

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