Apepi em campanha para acelerar o projeto 10 Mil Plantas

Associação quer tornar o projeto uma referência nacional, com parcerias importantes com instituições de pesquisa como Fiocruz e Unicamp, as quais já firmaram acordo de cooperação

Publicada em 21/12/2020

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CAROLINE VAZ (texto) e CHARLES VILELA (edição)

A Apepi (Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal), lançou uma campanha para arrecadar recursos para acelerar o projeto 10 Mil Plantas. Para contribuir com qualquer quantia, basta clicar aqui.

Em julho, por meio de uma liminar, a Justiça federal do Rio de Janeiro concedeu o direito da Apepi fornecer medicamentos à base de cannabis para seus associados, a partir do cultivo, manipulação, extração do óleo e distribuição. Dois meses depois, em setembro, a associação iniciou o projeto 10 Mil Plantas, em uma fazenda localizada na Região Serrana do Rio de Janeiro.

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“Transferimos grande parte das plantas que estavam na minha casa para a fazenda. A meta é produzir 10 mil plantas em mais ou menos 3 anos, mas não temos essa meta muito pronta porque é tudo muito dinâmico, quando você acha que dez mil plantas são suficientes você vê que não são, que precisa de 20 mil ou 30 mil”, disse Margarete Brito, uma das fundadoras da associação, em entrevista ao Sechat em novembro.

O objetivo da associação é fazer do projeto uma referência nacional, com parcerias importantes com instituições de pesquisa como Fiocruz e Unicamp, as quais já firmaram acordo de cooperação. Além disso, a grande motivação do 10 Mil Plantas é fazer um medicamento “seguro, eficaz e de baixo custo.”

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Pelo fato de a Apepi ser uma associação sem fins lucrativos e o ciclo de produção da cannabis necessitar de um alto investimento, a associação pede apoio àqueles que puderem auxiliar.  

Segundo Margarete, desde a fundação, a estava nos planos da entidade a realização de uma campanha de arrecadação, necessidade que foi reforçada quando a demanda por medicamentos extrapolou a capacidade de produção da organização. “A gente já sabia que íamos precisar fazer uma campanha, porque o projeto tem um custo alto, que ia ultrapassar nossa entrada de recursos. Por sermos uma associação sem fins lucrativos, não comportamos investimento de empresa, porque o investimento requer retorno de lucro e não temos lucro, todo recurso que entra tem que ser reinvestido na própria organização”, comenta Margarete.

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Ela se diz comovida com o resultado rápido e muito positivo da campanha, que já recebeu ajuda de outras associações, como a Abrace Esperança e a Flor da Vida. “É um sinal que as pessoas acreditam no nosso trabalho.”

De acordo com Margarete, o recurso que está sendo arrecadado é apenas o start inicial, visto que a intenção é que o projeto seja autossustentável, uma vez que, pelo fato de haver espaço disponível para plantação será possível fazê-la em grande escala, tornando o processo mais fácil, por mais que toda a equipe ainda esteja no processo de aprendizado da produção do medicamento.

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A meta de arrecadação do 10 Mil Plantas é de 247 mil reais, que será destinado às primeiras fases do projeto. A primeira etapa consiste na viabilização da estrutura básica de estadia das pessoas que vão trabalhar na colheita. A segunda, no laboratório onde será realizada a extração e secagem da matéria-prima básica. Depois, há outros pontos importantes, como a ampliação de outras estruturas e o processo de reflorestamento. “A gente já começou a implementar o projeto com os recursos da própria Apepi, que vêm do fornecimento dos óleos, dos cursos, da venda de camisetas, mas, ainda assim, não cobre o gasto inicial que vamos ter”, diz Margarete.