Cannabis medicinal ajuda amenizar dor de paciente com câncer

Terapia canábica pode ser aliada na melhoria da qualidade de vida durante o tratamento oncológico

Publicada em 16/06/2023

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Por redação Sechat

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A dor é uma das principais queixas das pessoas no tratamento contra o câncer. Além das dores, os pacientes oncológicos também enfrentam outros efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, perda de apetite, ansiedade e depressão. Segundo especialistas, a cannabis medicinal pode atuar de forma sintomática, proporcionando alívio para esses sintomas.

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No combate aos efeitos colaterais do tratamento do câncer, a terapia canábica tem se mostrado uma combinação promissora. A crescente busca por alternativas que amenizem os sintomas provenientes da quimioterapia e radioterapia tem levado cada vez mais pacientes oncológicos a considerarem o uso da cannabis medicinal.

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De acordo com a médica Amanda Medeiros, a cannabis tem se mostrado eficaz no tratamento sintomático dos pacientes com câncer, proporcionando melhoras significativas em sua qualidade de vida. "Ela pode trazer analgesia, que é a melhora da dor, e também funciona como um antiemético, pois melhora a náusea, principalmente após a quimioterapia. Além disso, ajuda no sono e trabalha como uma aliada no relaxamento muscular", destaca a especialista.

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Além do alívio sintomático, há evidências de que a cannabis medicinal possui potencial anticancerígeno. Diversos estudos têm demonstrado que o CBD, um dos compostos presentes na planta, é capaz de diminuir o crescimento de tumores de pulmão e próstata, induzir a morte de células cancerígenas no cólon, pulmão e cérebro, além de reduzir a metástase do câncer de mama.

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Os benefícios da cannabis medicinal estão relacionados ao seu efeito sobre o sistema endocanabinoide do organismo. Os receptores canabinóides presentes no corpo, quando ativados, atuam na interrupção da condução da dor e na instintividade de substâncias inflamatórias, proporcionando um efeito ansiedade.

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INCA estima 704 mil casos de câncer por ano no Brasil até 2025; com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.

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A paciente oncológica, Giselle Goldoni Tiso, relata sua experiência com o tratamento utilizando cannabis medicinal. Ela foi diagnosticada com câncer no pulmão em 2019 e, desde então, enfrentou a doença e os efeitos colaterais do tratamento. "Eu tinha muitas dores causadas pelos efeitos colaterais do tratamento oncológico, principalmente na musculatura e nas articulações. Testei vários anti-inflamatórios e medicamentos paralelos, mas as dores persistiam", conta.

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Após o início do tratamento com cannabis, ela relata uma mudança significativa em sua qualidade de vida. "Na primeira semana, com uma dosagem mínima, eu já quase não tinha mais dor", afirma.

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A médica Amanda ressalta que as dosagens da cannabis medicinal e os resultados variam de paciente para paciente. "A partir da terceira semana, já podemos observar melhoras significativas nos sintomas. Embora não possamos prometer a cura, podemos melhorar a qualidade de vida do paciente durante o tratamento, tornando esse período o mais tranquilo possível e permitindo que eles vivam de forma normal" , explica.

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Para iniciar um tratamento com cannabis medicinal, é importante buscar a avaliação e a prescrição de um profissional habilitado. Por se tratar de uma terapia complementar, o acompanhamento deve ser realizado em paralelo ao tratamento oncológico convencional.

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Com a crescente busca por alternativas que proporcionem alívio dos sintomas e melhoria na qualidade de vida dos pacientes oncológicos, a cannabis medicinal tem se mostrado uma opção promissora. Os estudos sobre seu potencial terapêutico continuam avançando, trazendo esperança para aqueles que enfrentam a difícil jornada do câncer.