EUA: FDA avalia solicitação sobre liberação de sementes de cannabis para alimentação animal

Segundo entidade dos produtores de cannabis, a maconha é uma alternativa alimentar acessível e mais nutritiva que as culturas tradicionais

Publicada em 16/11/2022

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Por João R. Negromonte

Patrick Atagi, presidente e CEO do Conselho Nacional das Indústrias de Maconha da América (NIHC), enviou solicitação ao comissário da Food and Drug Administration dos EUA, Robert Califf, pedindo a aprovação do uso das sementes de cannabis como ingrediente de ração animal.

A carta vem depois de um webinar que contou com ampla participação, organizado pelo NIHC e pela Associação Americana de Funcionários de Controle de Alimentação (AAFCO). O debate reuniu funcionários do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), FDA, partes interessadas do setor e legisladores de todo o país. 

O encontro online que aconteceu em agosto, destacou a ciência em torno da alimentação animal e contou com a presença de mais de 1.000 reguladores estaduais, profissionais veterinários e defensores da indústria da maconha.

Atagi apontou numerosos ensaios clínicos em ingredientes de sementes de maconha em ração animal, por meio de estudos realizados pela Land Grant Universities (universidade de concessão de terras) e outros que foram submetidos pela própria FDA.

Todos mostraram o mesmo resultado, que não há transferência de canabinóides para os alimentos de origem animal. As conclusões foram consistentes em várias espécies de animais, incluindo galinhas poedeiras, porcos e gado leiteiro.

Atagi também apontou que a Agência Antidrogas dos EUA (DEA) comunicou, no início deste ano, que as sementes de cannabis não são consideradas uma substância controlada.

“A maconha é uma alternativa ambientalmente responsável e cultivada internamente”, disse Atagi. “Considerando os custos mais altos associados à escassez mundial de grãos, o cultivo americano sustentável de maconha é uma fonte nutritiva de ração animal e pode reduzir o custo dos insumos agrícolas. Isso seria uma boa notícia não apenas para os agricultores, mas para os consumidores que lutam com os altos custos do leite, da carne e dos ovos.”