Fronteira tecnológica: a transição do canabinoide da medicina para a estética

O Canabinoide (CBD) vem ganhando cada vez mais destaque no mundo da estética, dando origem aos neurocosméticos

Publicada em 14/10/2021

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Curadoria e edição Sechat, com informações do portal Terra

A cannabis é uma das culturas agrícolas mais antigas conhecidas pelo homem. Segundo documento oficial do governo brasileiro (Ministério das Relações Exteriores, 1959), a planta foi introduzida em nosso país a partir de 1549, e as sementes de cânhamo eram trazidas em bonecas de pano. Na primeira metade do século 19, o médico irlandês William Brooke O'Shaughnessy iniciou testes com o ativo. Com seus resultados extremamente positivos, passou a indicar em diversos tratamentos e trouxe algo revolucionário para o mundo: a cannabis medicinal. 

Ainda no século 19, as farmacêuticas iniciaram o desenvolvimento desse ativo, porém, a cannabis impunha desafios. Havia uma grande dificuldade para prever dosagem indicada para cada paciente e para quais casos seriam indicados.

A proibição da planta não foi feita por questões de saúde, mas por perseguição a grupos que a usavam de forma social. 

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O uso medicinal se restabelece quando um químico búlgaro-israelense descobre o canabidiol (CBD), isolando o tetra-hidrocanabinol (THC - composto responsável pelos efeitos psicotrópicos da planta) da substância. A partir dos anos 2000, diversos casos chamaram a atenção da mídia e do público ajudando a progredir o acesso à cannabis medicinal no mundo inteiro. 

Tanto na medicina quanto em outros segmentos, o uso desse ativo cresce rapidamente. Um relatório da Fortune Business Insights, que dita as tendências globais, mostra salto de cerca de 25%, de 2018 para 2019, no valor de mercado do setor dos Estados Unidos. Em 2019, a XP Investimentos lançou um fundo de cannabis que deve movimentar mais de US $160 bilhões por ano até 2025.

O canabidiol cresce cada vez mais no segmento de estética e skincare, está estampando rótulos de cosméticos em diversos países. Segundo um artigo publicado pela Dove Press Journal (Clinical, Cosmetic and Investigational Dermatology), os efeitos prometidos pelos cosméticos à base de canabidiol (CBD) são o relaxamento da epiderme (devido à alta produção de β-endorfina), alívio de irritações na pele, sendo um poderoso antioxidante, regenerador e anti-inflamatório.

Os efeitos das aplicações tópicas à base de CBD são diversos. Segundo Rodney Amorety, CEO da Smart GR, esse ativo proporciona uma poderosa hidratação da pele e é eficiente para diversos tratamentos como o da acne e a psoríase. 

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(Imagem: Felipe Del Rio/VOCÊ S/A)

Para conhecer ainda mais de perto esse ativo, a empresa brasileira Smart GR, desenvolveu o Smart CBD Like (Cannabinoid Active System), regulamentado pela Anvisa. Esse ativo é extraído da planta Ricinus Communis L., proveniente da biodiversidade da Amazônia. É uma alternativa viável ao canabidiol extraído da planta cannabis sativa, pois ela não é a única fonte de extrair o ativo CBD. Através de estudos, ciência e tecnologia, pesquisadores começaram a buscar outras fontes para extrair esse ativo. Foi visto a presença do CBD na casca da laranja, na arruda, na sálvia e entre outras plantas. Além disso, o corpo humano constantemente o produz, através do sistema endocanabinoide.

O Smart Canabidiol System (CBD Like) potencializa a performance dos outros ativos quando combinados, pois atuam em neuroreceptores, capazes de modular o processo inflamatório devolvendo o bem-estar para a pele. Por esse motivo, esses cosméticos passam a ser chamados de Neurocosméticos.

"Acreditamos que os cosméticos com CBD colocarão o mercado da estética em um novo patamar. Nossa intenção não é tratar o ativo de uma forma caricata, como atualmente é tratado, é mostrar o que há de mais tecnológico. Temos muito orgulho em dizer que criamos do zero uma tecnologia que foi capaz de transformar o óleo de canabidiol em uma substância facilmente empregada em outros produtos", disse Rodney Amorety, CEO da Smart GR.

É uma grande oportunidade para o mercado da estética, que é cada vez mais voraz por resultados imediatistas e em curto prazo de tempo. Com a obtenção de resultados satisfatórios e mais precisos, garante com que o profissional possua uma maior rentabilidade em suas clínicas de estética.

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"É ciência aliado a tecnologia, e é isso que queremos explorar! Mais do que colocar o CBD no mercado da Estética, queremos mostrar todo o seu potencial ao público profissional. Sabíamos que para conquistá-los, precisaríamos de dados, estudos e evidências e foi isso que fizemos. É uma estratégia muito bem construída, não é mais do mesmo, é literalmente sacudir o mercado para uma nova era.", menciona a coordenadora de marketing da Smart GR, Eloah Manzoli.

O uso dessa tecnologia no mercado de cosméticos tem crescido consideravelmente. Em 2020, a Avon, por exemplo, lançou mundialmente uma linha de cosméticos à base de CBD. Um relatório do Brightfield Group, especializado em levantamentos sobre o uso da cannabis, prevê que 15% dos produtos de skincare serão impactados pela crescente tendência do CBD até 2029.

O potencial e a perspectiva da cannabis no Brasil são altíssimos. A projeção é que em 36 meses após a legalização das vendas no país, tenhamos 3,9 milhões de pacientes, representando um mercado de R$4,7 bilhões.

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