Jornalista Gilberto Dimenstein morre aos 63 anos

Comunicador usava canabidiol para tratar sintomas do câncer

Publicada em 29/05/2020

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O jornalista Gilberto Dimenstein morreu aos 63 anos, na manhã desta sexta-feira (29), em São Paulo. Dimenstein lutava contra um câncer no pâncreas, com metástase no fígado, descoberto em meados de 2019. O comunicador foi fundador do site Catraca Livre e passou por grandes veículos do país, como Folha de S.Paulo, Correio Brasiliense, Veja e rádio CBN, além de ser autor de mais de dez livros.

"Morre hoje, 29, o jornalista Gilberto Dimenstein. A luta contra o câncer levou o fundador da Catraca Livre, mas sua determinação em construir uma comunidade mais igualitária, saudável e gentil, continua nesta página", diz uma postagem publicada no perfil do Catraca Livre nas redes sociais.

O jornalista passou a fazer uso do CBD para ajudar a encarar os desafios que a doença lhe apresentava. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Dimenstein afirmou que o câncer era uma “fase de muitos pesadelos, que melhoram com o canabidiol”.

Dimenstein enfatizava durante as entrevistas que dava à imprensa que um dos principais benefícios do canabidiol para ele era o fim dos pesadelos. Para o UOL, o jornalista afirmou: “O canabidiol me tira os enjoos, os pesadelos e me faz dormir.”

Em suas redes sociais, Dimenstein criticava o posicionamento do governo em relação a Cannabis. No dia 4 de dezembro, em sua conta no Twitter, o jornalista twittou: “Não permitir o cultivo da maconha para fins medicinais, o que ajudaria a baixar os custos do medicamento, mostra a força a Idade Média no Governo Bolsonaro. É gente para quem a ciência (e o rock) é coisa do diabo. Não se preocupem: assim como a Idade Média, Bolsonaro vai passar.”

No mesmo dia, o jornalista também usou a mesma rede para falar sobre o uso do canabidiol: “Tenho câncer. O canabidiol me faz dormir melhor, reduz náusea e diminui no dor corpo. Só a ignorância explica que eu tenha de esperar 50 dias para importar o medicamento. Isso depois de preencher uma enorme papelada. Feliz com a decisão da Anvisa, que pode ajudar os mais pobres.”

Dimenstein se referia a decisão tomada na época pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que liberou a venda de produtos à base de Cannabis nas farmácias.

Nas redes sociais, colegas de trabalho, amigos e admiradores prestaram homenagens ao jornalista.