Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil terá aproximadamente 704 mil novos casos de câncer até 2025. Mama, em mulheres, e próstata, em homens, continuam sendo os tipos da doença com maior incidência no país. Entre esses números alarmantes, encontra-se não apenas estatísticas, mas histórias de coragem, determinação e esperança. Uma dessas histórias é a de Catarina Leal, uma mulher paraibana de 41 anos, residente em João Pessoa, que encontrou na cannabis um aliado inesperado em sua batalha contra a doença.

Diagnosticada com câncer de mama em 2019, Catarina enfrentou uma jornada repleta de desafios físicos e emocionais. Após passar por uma mastectomia e reconstrução mamária, mergulhou em sessões de quimioterapia buscando combater a doença que ameaçava sua vitalidade e esperança.

No entanto, os efeitos colaterais do tratamento provaram ser avassaladores, testando sua força de vontade a cada sessão. Foi então que Catarina, lembrando-se das histórias compartilhadas por um amigo de seu pai sobre o potencial medicinal da cannabis, decidiu explorar essa alternativa.

Sem hesitação, incorporou os derivados da planta em seu tratamento, buscando alívio para os sintomas adversos, como náuseas, falta de apetite, insônia e crises de ansiedade.  

Mesmo enfrentando as dolorosas sessões de quimioterapia e o impacto emocional da doença, Catarina não desistiu. Em meio a esse turbilhão de acontecimentos, recebeu uma notícia que mudaria ainda mais sua trajetória, ela estava grávida. Uma reviravolta inesperada que a levou a interromper temporariamente o tratamento, mas não a impediu de continuar utilizando a cannabis para manter sua qualidade de vida.

"Quando minha filha completou 5 meses eu tive que voltar para o tratamento convencional e, foi onde eu descobri que estava com metástases ósseas em todo o corpo, passando por mais um ciclo de quimioterapia”, revela Catarina.

Ela explica que a partir daquele momento, começou a fazer uso da cannabis de várias formas, utilizando óleo de CBD, CBG e CBN, gomas de THC (Delta-9), planta in natura, pomadas roll-on e microcápsulas.  

"Mesmo com todas essas opções, a que mais supre a necessidade das dores e do apetite é a forma vaporizada”, compartilha Catarina.

Após o nascimento de sua filha e a retomada da quimioterapia, Catarina enfrentou cada obstáculo com uma determinação renovada. Hoje, mesmo com o câncer em estágio paliativo crônico, isto é, não havendo cura, encontra conforto e alívio nos derivados da maconha que, após a conquista de um salvo conduto que lhe dá o direito ao uso para fins medicinais, se tornaram seus aliados na luta contra a doença.

Catarina Leal é um exemplo inspirador de resiliência e esperança, uma prova viva de que é possível enfrentar as adversidades da vida com coragem e determinação. Sua história destaca o potencial terapêutico da cannabis e reforça a importância de uma regulamentação que torne esse tratamento acessível a todos que dele necessitam.