"A planta não vai regenerar minha arcada dentária, mas foi a única medicação capaz de estabilizar a retração óssea", diz paciente canábico

Além da parte odontológica o paciente também obteve melhora na ansiedade, hiperatividade e sono

Publicada em 26/09/2024

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Lucas e uma plantação de cannabis | Imagem: Arquivo Pessoal

Diagnosticado com bruxismo e retração gengival hereditária, Lucas Muller, de 36 anos, enfrenta o deslocamento da gengiva desde os 18. Apesar de ter tentado diversos tratamentos e cirurgias de raspagem gengival, o morador de Florianópolis, SC, encontrou alívio para as inflamações bucais e uma redução na retração apenas com o uso de cannabis medicinal.

“A planta não é milagrosa e não vai regenerar minha arcada dentária, mas foi a única medicação capaz de estabilizar a retração óssea”, afirma Lucas.

Antes de buscar tratamento odontológico, Lucas já frequentava psicólogos e psiquiatras, pois sofria desde jovem com problemas de atenção, agitação e ansiedade. Ao longo de sua jornada pela saúde, ele experimentou diversas terapias convencionais, sem sucesso. “Sempre detestei tomar remédio. Os efeitos colaterais não eram proporcionais aos resultados”, relata ao se lembrar das várias noites em que acordava hiperativo até quatro vezes em uma única noite.

Após interromper os tratamentos convencionais, Lucas notou uma melhora significativa em sua qualidade de vida. Ao tentar desenvolver o site de seu empreendimento, ele enfrentou dificuldades de concentração, o que aumentou sua ansiedade. “Parei, fumei e consegui alcançar meu objetivo. Foi a primeira vez que relacionei a cannabis com a melhora na concentração e relaxamento.”

Há cerca de três anos, Lucas sentiu a necessidade de padronizar seu tratamento e começou a usar cannabis com acompanhamento médico. Ele destaca uma melhora perceptível no sono, na hiperatividade, na ansiedade e nas questões odontológicas.

Apaixonado pela planta, Lucas, que antes era dono de uma tabacaria, há cerca de um ano se dedica ao trabalho de representante comercial de cannabis medicinal. “Com o mercado atual e o acesso a tantas informações, é possível adequar o melhor uso para cada pessoa e patologia. Quero ajudar o maior número possível de pacientes”, finaliza.