A fibromialgia (FM) é uma doença crônica caracterizada por dor generalizada no sistema músculo-esquelético. O termo é composto por três partes: "fibro" (tecido), "mio" (músculo) e "algia" (dor). A fibromialgia envolve dor crônica e debilitante, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Sem cura definitiva, o tratamento atual se baseia no manejo dos sintomas através de medicamentos e atividade física. Entre os tratamentos emergentes, a cannabis tem se destacado por seus efeitos analgésicos e anti-inflamatórios, apresentando-se como uma alternativa promissora.

O Sistema Endocanabinoide e a Fibromialgia

A cannabis e seus derivados, como o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), interagem com o Sistema Endocanabinoide (SEC) do corpo, que regula várias funções fisiológicas, incluindo a dor e a inflamação. Este sistema é composto por receptores CB1 e CB2, encontrados em diversas partes do corpo. O THC é conhecido por seus efeitos psicoativos e analgésicos, enquanto o CBD, que não é psicoativo, possui propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e neuroprotetoras.

Um estudo recente publicado na Revista FT, destacou a eficácia da cannabis no tratamento de dores crônicas, com resultados superiores aos tratamentos convencionais e mínimos efeitos colaterais. Outras pesquisas anteriores já haviam reforçado esses achados, apontando a cannabis como opção de tratamento com baixo risco de eventos adversos e resultados eficazes na redução da dor e melhoria da qualidade de vida.

Embora muitos profissionais de saúde ainda sejam cautelosos em relação ao uso da cannabis, os estudos atuais indicam um crescente reconhecimento de sua eficácia e segurança. Com o avanço das pesquisas, espera-se que a cannabis se torne uma opção de tratamento cada vez mais aceita e utilizada no manejo da fibromialgia, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.