Câmara de Florianópolis analisa criação de Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Industrial

Proposta busca fomentar debates sobre o uso do cânhamo e derivados como alternativa sustentável e ecológica para a economia

Publicada em 13/01/2025

capa

Reprodução Instagram: @camasao50

O vereador Leonel Camasão (PSOL) apresentou um requerimento para a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Industrial na Câmara Municipal de Florianópolis. A proposta, que deve ser votada em fevereiro, tem como objetivo ampliar o debate sobre o uso da planta e seus derivados, como o cânhamo, fomentando um novo setor da economia de forma sustentável e ecológica.

 

vereador Leonel Camasão (PSOL).jpg
Leonel Camasão (Psol)

“Com a frente, queremos fomentar o debate sobre o uso da planta e seus derivados, como o cânhamo, como matéria-prima, desenvolvendo um novo setor da economia de forma ecológica e sustentável”, declarou Camasão em suas redes sociais. Ele destacou que a iniciativa vai além do uso medicinal e busca incentivar pesquisas e startups para desenvolver produtos industrializados, como cosméticos e plásticos vegetais, que são biodegradáveis e não poluentes.

 

Políticas públicas e regulamentação em foco

 

Caso seja aprovada, a frente parlamentar discutirá políticas públicas de regulamentação, pesquisa e acesso seguro à maconha. “Se aprovada, a Frente vai discutir políticas públicas de regulamentação, pesquisa e acesso seguro à maconha. Dessa forma, o parlamento deverá convidar especialistas, gestores, advogados, empresários e cidadãos que possam contribuir com o debate”, afirmou o vereador.

Santa Catarina já é destaque no estudo do cânhamo industrial. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mantém o Polo de Desenvolvimento e Inovação em Cannabis, que investiga o uso da planta em setores como a indústria têxtil em Blumenau, no Vale do Itajaí, a medicina veterinária e a produção de biocombustíveis.

 

Potencial econômico e social

 

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann), o Brasil perde R$ 167,8 bilhões por ano devido à falta de regulamentação da maconha. Camasão também ressaltou os benefícios médicos e econômicos associados à planta: “Nos últimos anos, uma série de pesquisas indicaram que o uso medicinal do canabidiol é eficaz no tratamento de transtornos mentais e doenças degenerativas, além do alívio de outras enfermidades crônicas”.

Ele concluiu destacando o potencial de gerar empregos, substitutos ecológicos para materiais como plásticos, papel e tecidos, além de desestigmatizar o mercado de uso recreativo. “Existe um potencial gigante de aquecer a economia e gerar empregos em vários setores. Sem falar que podemos gerar substitutos ecológicos para plásticos, papel e tecidos. E ainda existe o mercado do uso recreativo, que precisa ser desestigmatizado.”

O requerimento pela criação da frente deve ser colocado em pauta em fevereiro, e o vereador espera que seja aprovado para iniciar os debates.