Nova terapia canábica contra epilepsia canina será pesquisada

Estudo avaliará formulação inovadora de canabinoides para cães com epilepsia idiopática

Publicada em 01/02/2025

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Imagem ilustrativa: Canva.

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Médico veterinário Bruno Perozzo no 3º Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal, em 2024. Arquivo pessoal.

Um novo ensaio clínico investigará a farmacocinética de uma formulação patenteada baseada em canabinoides para o tratamento da epilepsia idiopática canina. A pesquisa será conduzida em parceria com a Ethos Discovery e tem previsão de início ainda este ano.

Conversamos com Bruno Perozzo,  médico veterinário prescritor de cannabis, para saber um pouco mais sobre a relação entre epilepsia canina e cannabis medicinal. E ele já adianta:

 "Acredito que os canabinoides são uma alternativa terapêutica eficiente para ser inserida na abordagem ao paciente epilético."

 

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Avanço na medicina veterinária

 

A epilepsia idiopática afeta muitos cães, e até 40% dos casos são resistentes aos tratamentos convencionais. A nova formulação da CHOU2 Pharma busca oferecer uma opção mais eficaz e segura para esses animais.

Após a análise da farmacocinética, a terapia passará por um estudo de eficácia em cães com epilepsia. A CHOU2 Pharma também busca investimentos na Série A para ampliar seu desenvolvimento.

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Opinião de um especialista

 

1) Bruno, qual a sua opinião sobre cães com epilepsia e os tratamentos com cannabis?

Bruno: Minha opinião sobre o tratamento com cannabinoides frente à epilepsia é positiva. No entanto, temos de ter consciência que é um trabalho de paciência, já que devemos encontrar a dose ideal para cada indivíduo. Costumo dizer que "afinamos o instrumento" aos poucos, e o que observamos é diminuição das crises, maior espaçamento entre uma crise e outra, menor intensidade e, em grande parte das abordagens, controle das crises epiléticas, com aumento da qualidade de vida.  

2) Há campanhas de pacientes que pedem que a cannabis seja a 1ª opção em casos de epilepsia, e não a última, como costuma acontecer. O que você acha? Para os cães, seria o mesmo?

Bruno: A 1ª opção existe e deve ser aplicada em casos definidos pelo médico veterinário. Para que nós, médicos veterinários, possamos instalar o tratamento com canabinoides, é preciso conversar e explicar aos tutores, pois vemos que uma parcela ainda tem preconceito sobre a planta. É claro que também existem tutores mais familiarizados com o tema e questionam se ela pode ser utilizada. Nesse grupo, ela se encaixa bem. Em outros casos mais severos, ela pode e deve ser associada ao tratamento convencional a fim de diminuir a dose dos alopáticos, bem como diminuir a possibilidade de efeitos colaterais deles.  

3) Que estudos relevantes sobre isso você poderia destacar?

Bruno: Posso destacar um estudo de 2019, da Universidade do Colorado, em que, num pequeno grupo de cães com epilepsia idiopática tratados com CBD, 89% apresentou redução das crises. Outro estudo, também dos EUA, sobre a segurança e eficácia do extrato de cânhamo rico em CBD e CBDA, relata que a dose de 2 mg/kg a cada 12h associada a outros fármacos antiepiléticos ajudou a reduzir a incidência de crises refratárias. E um último estudo, igualmente do Colorado, EUA, avaliando eficácia e segurança do CBD em epilepsia idiopática resistente, mostrou que a dose de 9 mg/kg/dia controlou a frequência total frente ao grupo placebo.

4) Muito obrigado, Bruno! Por fim, gostaria de acrescentar mais alguma coisa?

Bruno: Gostaria de acrescentar que é fundamental que o médico veterinário se capacite, estude o sistema endocanabinoide e a farmacologia dos canabinoides, para saber qual deles prescrever a fim de proporcionar um cuidado e tratamento mais preciso ao paciente.

Fonte: Cannabiz Media
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