Entre flores e abelhas: o projeto que une cannabis e mel floresce na COP 30 em Belém

Na COP 30, em Belém, o diálogo entre ciência e natureza ganha forma em uma proposta que une cânhamo e mel, celebrando a força da bioeconomia amazônica

Publicada em 14/11/2025

Entre flores e abelhas: o projeto que une cannabis e mel floresce na COP 30 em Belém

Na COP 30, cannabis e mel se unem em Belém para inspirar um futuro mais sustentável | Divulgação/ICTC Brasil

Até o dia 21 de novembro, Belém do Pará é o centro das atenções globais. Sede da COP 30, a cidade se transforma em território de diálogos sobre o futuro climático da Terra e, entre as muitas pautas que florescem, uma ganha destaque pela ousadia e propósito: a união entre a cannabis industrial e o mel como símbolo de inovação e sustentabilidade.


Cannabis e mel: quando o cuidado floresce em novas formas


Mais do que uma combinação inusitada, o projeto representa uma nova fronteira para a agricultura regenerativa. O cânhamo, cultivado com baixo consumo de água e quase sem pesticidas, é reconhecido por sua capacidade de sequestrar carbono e restaurar o solo. Já o mel depende das abelhas, guardiãs silenciosas da vida e da saúde dos ecossistemas.

A proposta, que nasceu no espaço AgriZone, dedicado a soluções de agronegócio sustentável dentro da COP 30, transcende a ideia de dois produtos unidos. Ela simboliza um modelo de produção que celebra a biodiversidade, fortalece comunidades locais e impulsiona a bioeconomia amazônica.

Foi durante uma live do Portal Sechat com Thiago Zilio, fundador e vice-presidente do Instituto de Ciência e Tecnologia Cannabis Brasil (ICTC Brasil), e Daniel Santiago Pereira, engenheiro agrônomo e pesquisador em Apicultura da Embrapa, que essa iniciativa ganhou voz e significado.

Zilio destacou o potencial do cânhamo como matéria-prima versátil e sustentável — uma semente verde para um futuro em que o desenvolvimento caminha lado a lado com o respeito à terra:

“O cânhamo pode potencializar a economia verde. Não se trata apenas da planta, mas de como ela se insere em um ciclo de produção que aproveita tudo, do caule às flores, e é menos agressivo ao planeta. É mais uma alternativa para fortalecer a nossa economia de forma sustentável", pontuou Thiago.

Na mesma conversa, Daniel reforçou como o projeto também abre caminho para integrar produção e preservação, ressaltando o papel das abelhas na regeneração dos ecossistemas: “toda vez que o mel se une a uma cultura que respeita o tempo da natureza, como o cânhamo, há ganho para o ecossistema como um todo. As abelhas respondem a ambientes saudáveis e, quando cuidamos delas, estamos cuidando também do equilíbrio do planeta.”
 


Amazônia no centro da conversa global


A escolha de Belém como sede da COP 30 é também um gesto simbólico: colocar a Amazônia, com toda sua riqueza e complexidade, no centro das soluções climáticas. 


O Pará se mobiliza para fazer do evento mais do que um encontro político, mas um marco de justiça climática e social, com a capacitação de voluntários e investimentos em infraestrutura sustentável.




 

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