Desafios na indústria tailandesa do cânhamo: incerteza sobre o futuro do CBD
Empresas de cânhamo pedem clareza ao novo governo em meio a mudanças na política de cannabis
Publicada em 03/11/2023
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Por Tylla Lima com informações do Hemp Today
As partes interessadas na indústria do cânhamo estão instruindo o novo governo da Tailândia, em busca de esclarecimentos sobre o possível reescalonamento da maconha e as restrições previstas para o cânhamo, que podem afetar significativamente os negócios relacionados ao CBD. A Associação Tailandesa de Comércio de Cânhamo Industrial (TIHTA) está pedindo ao governo liderado pela primeira-ministra Srettha Thavisin, que revele rapidamente seus interesses em relação às políticas da cannabis, considerando os investimentos já realizados no setor.
De acordo com as estimativas da Associação Tailandesa de Comércio de Cânhamo Industrial (TIHTA), os membros investiram entre US$ 200-300 milhões de baht (~US$ 5,5-8,3 milhões) em operações relacionadas ao cânhamo, com foco principalmente no CBD. Os investimentos totais na indústria da cannabis, abrangendo tanto o cânhamo quanto a maconha, são estimados em bolsas de bilhões de baht.
O Partido Pheu Thai, liderado por Thavisin, que se considera de centro-esquerda e historicamente apoiado pelos agricultores, anunciou antes das eleições de agosto que pretende impor regulamentações rigorosas na produção e venda de CBD. O plano consiste em restringir o uso de produtos médicos e pesquisas, direcionando o cânhamo industrial apenas para itens não psicoativos, como alimentos, têxteis e materiais de construção.
Indústria tailandesa do cânhamo
O novo governo está se distanciando da política anterior, que permite o uso do CBD em uma ampla variedade de produtos, incluindo alimentos, bebidas e cosméticos. Quando essas políticas iniciais foram rompidas, e o cânhamo e a maconha foram retirados da lista de substâncias perigosas em 2022, várias empresas anunciaram planos para desenvolver negócios relacionados à CBD em Tailândia.
As mudanças legislativas abriram uma porta para o processamento das flores de cannabis, com o governo permitindo, no final de 2020, a produção de cosméticos com base em óleo e extrato de sementes de cânhamo, bem como produtos derivados dos caules das plantas. Posteriormente, o governo aprovou o uso de derivados de óleo de cânhamo em alimentos e bebidas.
O Ministro da Saúde Pública, Cholnan Srikaew, enfatizou a importância de fornecer claramente os objetivos do novo governo, permitindo que as empresas ajustem os planos de negócios. Ele afirmou que as empresas precisam saber se as plantas serão novamente definidas como narcóticos ou não, enfatizando a necessidade de uma decisão clara e definitiva.
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A legislação relativa à cannabis na Tailândia é altamente restritiva em termos de investimentos, vendas e atualmente. As licenças para atividades relacionadas à cannabis são concedidas apenas às entidades governamentais e seus parceiros, e a importação de produtos de cânhamo não será permitida até o próximo ano, conforme previsto nas regras de 2020.
A Tailândia deu seu primeiro passo em direção à descriminalização da cannabis em 2019, permitindo o cultivo da maconha para fins medicinais. As alterações subsequentes no setor do cânhamo, avanços em 2020 e 2021, permitiram que os produtores fabricassem e comercializassem cosméticos e alimentos contendo óleo de semente de cânhamo ou extrato de semente de cânhamo, já que esses produtos não ultrapassam 0,2% de THC por peso. A Tailândia se tornou o primeiro país do Sudeste Asiático a descriminalizar todas as formas de cannabis e definir o limite de THC para plantas de cânhamo em 1,0% em peso seco, em contraste com a maioria dos países, que adotam 0,3% como especiais para distinguir entre plantas de maconha com alto teor de THC e cânhamo industrial.
O governo anunciou que estabelecerá uma política de transição que não criminalizará o cultivo doméstico de maconha, permitida pelas regras atuais, até que qualquer nova legislação entre em vigor.
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