4.800 agricultores processados ou condenados por cultivo ilegal de cannabis são perdoados

O objetivo é permitir que os beneficiados se integrem à nova estratégia lançada após a legalização parcial da produção da planta para fins terapêuticos, que ocorreu em 2021

Publicada em 21/08/2024

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Imagem: FreePik

O rei do Marrocos decidiu perdoar mais de 4.800 agricultores processados ou condenados por cultivo ilegal de cannabis, conforme anunciado pelo Ministério da Justiça do país na noite dessa segunda-feira, dia 19.

Mohammed VI concedeu indulto a 4.831 pessoas que foram condenadas, processadas ou estavam sendo procuradas por envolvimento em casos relacionados ao cultivo de cannabis, informou o ministério. O objetivo é permitir que os beneficiados se integrem à nova estratégia lançada após a legalização parcial da produção da planta para fins terapêuticos.

O Marrocos, maior produtor mundial de cannabis segundo a ONU, aprovou em 2021 uma lei que regulamenta o uso industrial e medicinal da cannabis, autorizando seu cultivo e exploração em três províncias rurais da região do Rife, no nordeste do país.

O reino estabeleceu como objetivo combater o tráfico de drogas, posicionar-se no mercado global de cannabis legal e impulsionar economicamente a região do Rife, onde a planta é cultivada há séculos e sustentava entre 80 mil e 120 mil famílias em 2019.

O indulto abrange apenas os agricultores cuja atividade ilegal era tolerada, mas que ainda estavam sujeitos a processos. Para Mohamed El Guerrouj, diretor da Agência Nacional de Regulamentação das Atividades Relacionadas à Cannabis (Anrac), essa medida representa "um passo importante para a eliminação gradual do cultivo ilegal através da legalização ou da introdução de cultivos alternativos."

A Anrac já concedeu mais de 200 autorizações a indústrias para a transformação, importação de sementes e exportação da planta.

Texto originalmente publicado em Carta Capital