País europeu regulamenta cultivo de cânhamo, mas mantém restrições ao CBD

Tradição agrícola renasce com foco em sementes e fibras, enquanto flores permanecem limitadas

Publicada em 19/11/2024

capa

Folha de cannabis | Imagem: Vecteezy

A Moldávia, localizada entre a Romênia e a Ucrânia, é um pequeno país do Leste Europeu com rica história e tradições culturais profundamente ligadas à terra. Conhecida por sua culinária baseada em ingredientes frescos, como milho, queijo e vinhos de alta qualidade, a Moldávia possui uma economia fortemente dependente da agricultura, que representa cerca de 12% do PIB e emprega quase um terço de sua força de trabalho. Recentemente, o país deu um passo significativo ao regulamentar o cultivo de cânhamo industrial, permitindo sua produção para sementes e fibras, mas mantendo restrições às flores destinadas ao CBD.

Uma nova oportunidade para a agricultura moldava

 

Com uma longa história no cultivo de cânhamo, a Moldávia já foi parte da potência agrícola que era a Romênia antes de 1939. O cânhamo, usado tradicionalmente na produção de tecidos, alimentos e até medicamentos, agora ressurge como uma promessa econômica e ecológica. A nova regulamentação aprovada pelo governo moldavo traz clareza jurídica ao cultivo de cânhamo industrial, facilitando o licenciamento por meio da agência de segurança alimentar e do ministério da agricultura do país.

Essa medida foi saudada pelo Primeiro-Ministro Dorin Recean como uma oportunidade para fortalecer o setor agrícola e diversificar a economia. “Estes materiais são usados em muitas indústrias, incluindo a automotiva, e trazem vantagens para agricultores e empresários da Moldávia”, afirmou o líder.

Limitações ao CBD e desafios regulatórios

 

Apesar do avanço, a nova política não abrange as flores de cânhamo, ainda vistas com restrições devido às rígidas leis antidrogas da Moldávia. Isso impede a exploração do mercado de CBD, que cresce globalmente por suas aplicações medicinais e terapêuticas. A produção de derivados, como canabinoides, enfrenta barreiras legais que demandam maior clareza e flexibilidade para que o país possa explorar todo o potencial econômico da planta.

Por enquanto, os agricultores moldavos terão que se limitar a variedades de cânhamo presentes nos catálogos nacionais e europeus, assegurando que o cultivo siga regulamentações rigorosas. Além disso, todo o processo será monitorado de perto pelas autoridades, garantindo a segurança pública.

Cânhamo e economia circular

 

Uma das grandes promessas da nova regulamentação é o desenvolvimento de uma economia circular, onde cada parte da planta é aproveitada. De acordo com Sergiu Gherciu, secretário-geral do Ministério da Agricultura e Indústria Alimentar, o cânhamo pode ser transformado em fibras, combustíveis e materiais de construção, reduzindo desperdícios e beneficiando o meio ambiente.

Essa iniciativa também deve trazer mais empregos e aumentar a renda dos agricultores, fatores cruciais para um dos países mais pobres da Europa. Com terras férteis e um clima moderado, a Moldávia tem condições ideais para se tornar um importante produtor de cânhamo industrial.

Embora as flores de cânhamo permaneçam fora do escopo da regulamentação atual, as autoridades moldavas indicaram que políticas futuras podem abordar essas limitações. Para especialistas, o avanço gradual nesse setor é essencial para que a Moldávia capitalize sua tradição agrícola e entre no competitivo mercado global de cânhamo e seus derivados.