Pesquisadores encontram uma solução para uma das maiores ameaças globais à indústria de cannabis e cânhamo

Pesquisa aponta melhoramento genético como solução sustentável para o controle de doenças em culturas economicamente importantes

Publicada em 26/03/2025

Pesquisadores encontram uma solução para uma das maiores ameaças globais à indústria de cannabis e cânhamo

Progênie resistente (à direita) próxima a um irmão suscetível infectado por PM (à esquerda) Imagem: Divulgação

A doença do oídio, também conhecida como mofo ou cinza, causada pelo patógeno fúngico biotrófico Golovinomyces ambrosiae, é uma das maiores ameaças à indústria de cannabis e cânhamo em todo o mundo. Adotar a estratégia do melhoramento genético para doenças em culturas de alto valor econômico é uma alternativa sustentável e eficaz para combater está doença, podendo aumentar a produtividade agrícola e hortícola, especialmente em regiões onde o uso de pesticidas sintéticos é proibido.

Para combater essa manifestação fúngica, pesquisadores publicaram, no início de março de 2025, um estudo inovador no periódico Frontiers intitulado "Mapeamento e Caracterização de um Novo Locus de Resistência ao Oídio (PM2) em Cannabis sativa L."

 

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Folhas infectadas por PM de PM2 carregando o genótipo W03 (esquerda), genótipo suscetível AC (centro) e PMU carregando o genótipo P04 (direita)

 

O estudo, liderado por Jose Celedon, Cientista Principal de Melhoramento e Genética da Aurora Cannabis Inc., em colaboração com pesquisadores da Universidade da Colômbia Britânica, destaca que o melhoramento genético para resistência a doenças em culturas economicamente relevantes é uma das abordagens mais eficazes para o manejo de doenças e o aumento da produtividade agrícola. Essa estratégia é especialmente essencial em locais onde o uso de pesticidas sintéticos é restrito ou proibido.

 

A descoberta do Gene PM2

 

Utilizando uma análise de segregantes em massa combinada com a sequenciação de RNA (BSR-Seq), os cientistas mapearam o gene de resistência PM2 no cromossoma 9 da Cannabis sativa. Esse gene confere uma resistência localizada, provocando uma resposta hipersensível que inibe fortemente a esporulação do patógeno.

Marcadores genéticos associados ao PM2 foram desenvolvidos, permitindo sua introdução em cultivares de cannabis, o que promove um cultivo mais sustentável e resistente.

“Essa descoberta oferece uma solução crítica para um desafio urgente na indústria da cannabis em todo o mundo. Ela abre caminho para novos métodos de controle de doenças na produção de cannabis”, afirma Lana Culley, vice-presidente de Inovação e Operações Internacionais da Aurora Cannabis, em comunicado da empresa.