“Vitória histórica para o setor do cânhamo industrial”, afirma presidente da ICI
Alteração aprovada pelo Parlamento Europeu reconhece inflorescências como produtos agrícolas lícitos e dá segurança jurídica ao setor de cânhamo industrial
Publicada em 10/09/2025

Imagem: Canva Pro
O setor europeu do cânhamo industrial celebra um marco regulatório inédito. Para Raffaele Desiante, presidente da Imprenditori Canapa Italia (ICI) – associação de categoria que representa toda a cadeia produtiva da canapa industrial – a recente aprovação no Comité de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu (COMAGRI) é um sinal inequívoco de legitimidade e reconhecimento.
A alteração aprovada introduz uma definição oficial de cânhamo, incluindo as inflorescências como produtos agrícolas lícitos na União Europeia, desde que respeitados os limites de THC e que sejam variedades registradas no catálogo europeu.
Segundo Desiante, trata-se de uma vitória não apenas jurídica, mas também política e cultural:
“Esta é uma excelente notícia, porque agora está claramente estabelecido que o cultivo, o processamento e a distribuição de inflorescências de cânhamo são absolutamente legais e permitidos em toda a Europa. É hora de nossas empresas italianas serem tratadas como qualquer outra na Europa. Não é justo que a cadeia de fornecimento do cânhamo industrial na Itália continue a ser assediada por processos criminais e apreensões de produtos totalmente lícitos e livres de doping”, disse em comunicado no ICI.
Para o dirigente da ICI, a decisão de Bruxelas coloca fim a uma série de “zonas cinzentas” que permitiam interpretações restritivas baseadas em preconceito ideológico, sem respaldo científico ou jurídico.
O próximo passo será a votação plenária no Parlamento Europeu, prevista para outubro, seguida das negociações em trílogo com o Conselho e a Comissão. Caso confirmada, a nova regra poderá entrar em vigor já no verão de 2026, consolidando definitivamente o cânhamo industrial como cultura agrícola em todas as suas partes.
“É um passo fundamental para dar segurança jurídica ao setor, atrair investimentos, gerar empregos e valorizar ainda mais o Made in Italy no contexto europeu”, concluiu Desiante em comunicado.
Segundo a eurodeputada dos Verdes/AVS, Cristina Guarda, uma das proponentes das emendas aprovadas, a decisão representa um marco importante para o futuro do cânhamo na Europa. “É uma vitória que traz novas perspectivas a um setor inovador e sustentável, que na Itália está sob ataque de um governo obscurantista, disposto a sacrificar postos de trabalho apenas para defender preconceitos ideológicos. Na Comissão de Agricultura, ao contrário, reconhecemos o valor de uma cadeia produtiva que contribui para a transição ecológica, gera renda e atrai jovens agricultores”, destacou.
Fonte: Imprenditori Canapa Italia