O atrativo mercado de trabalho da cannabis

Para aqueles que esperam uma oportunidade de se colocar no mercado de trabalho da cannabis, Marcelo Grecco, em coluna especial para o Sechat, explora os diferentes caminhos que podem te levar para esse universo

Publicada em 11/08/2021

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Coluna de Marcelo De Vita Grecco*

Trabalhar na indústria legal da cannabis é uma alternativa tanto para quem quer dar uma virada na carreira, quanto para aqueles que estão começando a jornada laboral. Em ambos os casos, ingressar em um mercado novo, promissor, dinâmico e inovador pode ser muito estimulante e motivador, especialmente pelo potencial de crescimento. Em minha última coluna, explorei o tema educação e o quanto ela é fundamental para construirmos bases sólidas para o ecossistema da cadeia produtiva. Neste texto, o foco estará nas profissões mais destacadas no setor, que, certamente, será um dos que mais abrirão postos de trabalho nos próximos anos.

Globalmente, a área de cultivo vem sendo a que mais demanda profissionais. Afinal, esta é a base de todo o mercado e o início da cadeia. Além disso, a América Latina é a região com maior potencial de desenvolvimento do agronegócio em torno da cannabis.

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Imagem: Canva

No Brasil, a regulamentação do cultivo para fins industriais e medicinais vai acontecer mais cedo ou mais tarde. Desta forma, será um caminho interessante para quem tem mais conexão e afinidade com o campo. E nem é preciso esperar o marco regulatório. Já é possível trabalhar com melhoramento genético de sementes e tecnologias de agricultura preditiva, entre outros recursos tecnológicos. Consultoria e licenças para o uso de plataformas podem ser oferecidas ao mercado externo.

A produção agrícola será porta de entrada na indústria legal da cannabis para muitos. Entretanto, engenheiros agrônomos e especialistas de agronomia estarão entre os mais valorizados, bem como profissionais de life science. Porém, oportunidades se apresentarão em toda a cadeia de cultivo.

Já o uso medicinal da cannabis é a vertente mais avançada no País. Desta forma, é imprescindível qualificar médicos e profissionais da saúde. No meio acadêmico, temos ilhas de excelência em pesquisa, mas, de forma geral, as universidades ainda estão de costas para a formação voltada a terapias com medicamentos à base de cannabis. Não à toa temos 500 mil médicos no Brasil e algo em torno de mil médicos prescritores especializados no uso medicinal da cannabis. Sem dúvidas, há muitas oportunidades para quem trabalha nesse setor. E não nos esqueçamos da medicina veterinária, que também já trabalha com os fitocanabinoides.

Nesta mesma esteira vem a indústria farmacêutica que, certamente, oferecerá chances para profissionais qualificados em extração de óleos e componentes da planta, bem como na análise de concentração e outras propriedades químicas, desenvolvimento de produtos, testagem e controle de qualidade, entre outras funções, considerando que a pesquisa com fins medicinais e científicos já está autorizada por aqui.

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Em qualquer lugar do mundo desenvolver negócios em torno da cannabis exige muita expertise jurídica. Mesmo as regulamentações mais abertas têm pontos de complexidade e contar com boa consultoria legal é essencial para evitar transtornos. É uma ótima área para advogados se especializarem.

Alguns dos leitores da coluna já devem ter pensado em ter sua própria marca. Isso é possível no mercado têxtil. Afinal, a importação de tecidos de fibra de cânhamo e comercialização de produtos confeccionados com eles é permitida no País. Que tal apostar nesse caminho para criar uma opção sustentável de roupas e acessórios, com boa aceitação dos consumidores brasileiros?

Também é importante considerar as demandas de suporte que surgem em todos os tipos de negócios. Ou seja, haverá campo para quem atua com desenvolvimento e design de produtos, marketing, comunicação, administração financeira, comércio exterior, logística, tecnologia da informação e desenvolvimento de softwares. A cadeia é extensa e engloba ainda uma série de trabalhadores que atuam nas áreas de vendas, armazenamento, transporte e segurança, entre outras atividades.

Essa costura dependerá muito dos profissionais de recursos humanos, pois a formação correta de equipes será primordial para que os empreendimentos sejam bem sucedidos. Selecionar, engajar e reter talentos é especialmente relevante no desenvolvimento de uma indústria jovem, pulsante e disruptiva.

Os principais pontos aqui colocados levam em conta o cenário brasileiro atual. Contudo, quando nossos marcos regulatórios evoluírem e podermos explorar plenamente os empreendimentos ligados ao bem-estar, incluindo alimentos, bebidas, suplementos e cosméticos, além do uso industrial do cânhamo veremos uma explosão na geração de empregos, como já acontece na América do Norte.

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Seria impossível listar todas as oportunidades que surgirão neste texto e algumas nem sequer foram imaginadas. O céu é o limite e não bastasse as chances para construir carreiras bem sucedidas, também pode ser muito gratificante fazer parte da indústria que será uma das líderes da Revolução 5.0, mas este é assunto para outro artigo. Esteja bem preparado e fique antenado na indústria legal da cannabis, pois essa pode ser a sua próxima fonte de trabalho e renda.

*Marcelo De Vita Grecco é cofundador, head de Negócios da The Green Hub e colunista do Sechat

As opiniões veiculadas nesse artigo são pessoais e de responsabilidade de seus autores.

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