ONU adia reclassificação da cannabis para 2020

Publicada em 22/05/2019

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Neste início de 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs recomendações para reclassificar a maconha, o THC e o CDB sob tratados internacionais. Ou seja, abriu discussão para que certos produtos derivados da planta cannabis sativa deixassem a chamada “Lista de Entorpecentes”, o grupo que reúne substâncias que possuem propriedades psicoativas e que se mal utilizadas podem causar danos graves a saúde humana. Este tratado internacional foi ratificado em 1961 e 186 países fazem parte dele.

No entanto, nesta semana, os comissários da ONU que compõem a OMS decidiram adiar a sentença por um ano. Portanto, em março de 2020 eles estarão reunidos novamente para avaliar se mudam ou não o status dos derivados mais conhecidos. Mas isso não quer dizer que o assunto não continuará em pauta até lá e que passos importantes não foram dados no sentido da reclassificação. Pelo contrário, uma série de questões relevantes acabaram apontadas e clareadas.  

Uma das conclusões é a de que a chamada “Guerra às Drogas” tem sido um fracasso cada vez mais contundente. Segundo o instituto Gallup, há cinquenta anos, nos EUA, apenas 12% da população apoiava a legalização da maconha. Atualmente 66% dos norte-americanos é pró-cannabis, graças aos avanços científicos e a rejeição aos resultados violentos produzidos por essa guerra contra os entorpecentes. 

Outro ponto: Só nos EUA em 2018, o mercado canábico produziu US$ 10,4 bilhões em receitas. Os membros da comissão da ONU entendem que essa indústria só vai crescer e que o mundo financeiro precisa abrir mais portas para os produtores. Por último, recomendou-se mais incentivo para mais pesquisas médicas. Cientistas da área acreditam que as propriedades medicinais da planta podem ser maiores.