Papel das startups no setor de Cannabis

Para Marcelo De Vita Grecco, pensar em negócios relacionados à Cannabis é refletir sobre como mudar o mundo em todos os sentidos

Publicada em 08/10/2020

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Artigo de Marcelo De Vita Grecco*

O que esperar das start-ups no setor de cannabis?

Sem dúvida, essa é a pergunta que mais ouço no meu dia a dia de trabalho. Como diretor de Novos Negócios de uma consultoria e aceleradora voltada ao setor de cannabis, converso regularmente com especialistas do exterior e brasileiros, acadêmicos, empreendedores e jornalistas, entre outros profissionais. Antigamente, se dizia que essa era “a pergunta de um milhão de dólares”, mas, hoje, está mais para “valer a descoberta de um novo unicórnio”.

Quem empreende e aqueles que investem, sem exceções, desejam ser os primeiros a colher frutos e ter lucros com os negócios. Essa orientação é natural e legítima, além de pertinente a qualquer atividade produtiva. Porém, cannabis não é um negócio qualquer e se você pensa em entrar nessa área, acredite piamente nessas palavras.

O fato é que a pergunta não é o que esperar e sim o papel que essas startups devem exercer. Pensar em negócios relacionados à cannabis é refletir sobre como mudar o mundo. Acredito nisso em todos os sentidos. Tratam-se de possibilidades e mercados inimagináveis. Porém, ser bem sucedido nesse setor exige mais. O sucesso não está apenas em ter uma ideia de negócio que envolva a cannabis. Isso é mais do mesmo, exatamente como seria em qualquer outro segmento, pois a cannabis é apenas uma planta. Tem enorme potencial para várias funcionalidades, mas é uma planta. E o foco deve estar fora da commodity.

As start-ups do setor devem oferecer solução para uma dor do mundo e resolver um problema dez vezes melhor do que qualquer outra empresa. Talvez, algo tão significativo quanto a descoberta da penicilina, em 1928, pelo médico e bacteriologista Alexander Fleming. Talvez, algo até mais impactante. O céu é o limite.

Contudo, isso muito provavelmente não acontecerá por acidente. Não conte com a tamanha sorte que Fleming teve. Cumprir a missão de oferecer algo disruptivo demanda muita seriedade e profissionalismo.

Antes de tudo, pense em produtos ou serviços para os outros e não para você. É necessário estudar o mercado, desenvolver projetos, ter operação muito bem organizada, se expor, testar (muito) e validar. Como se essas exigências não fossem suficientes, ainda é preciso lançar mão de empreendedorismo ativista para contribuir com o desenvolvimento desse ecossistema ainda em concepção.

A planta é uma commodity e temos todas as condições e tecnologias para explorá-la muito bem.

Caso atenda todos os requisitos que leu nesse texto, o mercado legal da cannabis precisa de você. Seja bem-vindo! E quem deseja ter mais insights deve ficar de olho na segunda edição do Cannabis Thinking. O evento digital promovido pela The Green Hub acontece em dezembro. Imperdível!

*Marcelo De Vita Grecco é cofundador e head de Negócios da The Green Hub

As opiniões veiculadas nesse artigo são pessoais e não correspondem, necessariamente, à posição do Sechat.