Por redação Sechat

O uso de opioides sintéticos, como o fentanil, tem se tornado uma preocupação crescente em diversos países, incluindo os Estados Unidos e o Brasil. Em 2022, os EUA registraram um número alarmante de mortes por overdose de drogas, chegando a quase 110 mil, superando o recorde anterior de 109 mil em 2021.

Essa estatística impressionante revela a gravidade do problema e coloca o uso de opioides sintéticos como uma das principais causas de morte relacionada a drogas, ultrapassando até mesmo o número de mortes por arma de fogo e acidentes de trânsito combinados.

Os opioides sintéticos são substâncias desenvolvidas em laboratório, conhecidas por seus efeitos analgésicos e hipnóticos. O fentanil, em particular, um opióide utilizado no tratamento da dor crônica, foi responsável por mais da metade das mortes por overdose nos Estados Unidos. Essa droga é cerca de 50 vezes mais potente que a heroína e 100 vezes mais potente que a morfina, e muitas vezes é combinada com outras substâncias para intensificar seus efeitos.

No Brasil, a presença do fentanil foi detectada pela primeira vez na cidade de Cariacica, no Espírito Santo, em março deste ano. Durante uma operação realizada pela Polícia Civil, foram apreendidos 31 frascos de fentanil, além de 136 quilos de maconha e 13 quilos de uma mistura utilizada na produção de cocaína. A descoberta chamou a atenção das autoridades e despertou a preocupação de agências internacionais.

Diante desse cenário preocupante, é necessário buscar alternativas para combater o problema do uso de opióides e reduzir as mortes por overdose. Uma possível abordagem é explorar o potencial terapêutico da cannabis. A cannabis, ou maconha, tem sido estudada em relação ao seu uso no tratamento da dor crônica e como uma alternativa aos opióides.

Pesquisas científicas indicam que certos componentes da cannabis, como o THC e o CBD, possuem propriedades analgésicas e podem ajudar no controle da dor. Além disso, a cannabis pode ser utilizada como um substituto menos perigoso para os opióides em certos casos, especialmente em situações de tratamento de dor crônica não relacionada ao câncer.

A implementação de políticas e regulamentações que permitam o acesso seguro à cannabis medicinal pode oferecer uma opção mais segura para o manejo da dor, reduzindo assim a dependência e o abuso de opioides sintéticos. No entanto, é fundamental que haja um controle rigoroso e uma supervisão médica adequada para garantir o uso responsável da cannabis como tratamento.

A crise do uso de opioides é um problema complexo que exige uma abordagem abrangente, envolvendo prevenção, tratamento e educação. A conscientização sobre os riscos associados aos opioides sintéticos, juntamente com a pesquisa contínua sobre o uso da cannabis como alternativa, pode ser uma peça importante no quebra-cabeça para combater essa crise e salvar vidas.