O uso medicinal da cannabis em animais avança, mas ainda depende de mais estudos para padronizar dosagens e protocolos. A afirmação é da médica veterinária Neide Griebler, que defende a pesquisa como pilar para consolidar tratamentos para diversas patologias, como a dor de osteoartrite.

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Segundo a especialista, que palestrou no 4º Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal, a ciência tem um papel fundamental para validar novas abordagens. “A gente tem mais pesquisas ainda, né? Trazendo essa possibilidade de dar cannabis como um tratamento também na dor, na dor de osteoartrite”, afirmou.

Griebler reforça que o caminho para protocolos mais definidos passa pela prática clínica e pela investigação contínua. “A gente também precisa de mais estudos, de mais pesquisa, de mais utilização clínica também, para a gente chegar em dosagens, em concentrações que fiquem mais reguladas”, explicou.

Atualmente, o tratamento com cannabis em animais é totalmente personalizado, iniciando com doses baixas que são ajustadas conforme a resposta de cada paciente. Essa metodologia individualizada é necessária até que a ciência estabeleça padrões mais claros para cada condição.

“O que a gente mais ou menos consiga entender o que seria o ideal para essa patologia, para esse tipo de paciente. Hoje a gente trata o paciente de forma individual", completou a especialista. A abordagem é semelhante à praticada na medicina humana.

“A gente usa, então, de forma a começar mais lento, em doses mais baixas, e a gente vai crescendo, aumentando essa dosagem conforme a resposta do paciente”, detalhou Griebler. Ela acrescenta que, por se tratar de doenças complexas, a cannabis costuma integrar um plano terapêutico mais amplo, muitas vezes ao lado de outros fármacos.

Congresso impulsiona conhecimento sobre cannabis na Veterinária

Eventos como o 4º Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal são cruciais para o avanço seguro e eficaz da área. Para Neide Griebler, a troca de informações baseadas em ciência fortalece a prática clínica dos médicos veterinários.

“O Congresso traz uma possibilidade muito grande de atualização para os médicos veterinários de uma forma geral”, destacou a palestrante. Segundo ela, o evento reúne especialistas e pesquisadores que compartilham suas vivências e os achados científicos mais recentes.

“A gente consegue ter esse espaço de troca de conhecimento, de conversa e conseguir, então, ter um meio mais rico de conhecimento”, finalizou a veterinária.