Café e cannabis: descubra o que essas substâncias têm em comum e seus efeitos no organismo
Ambos oferecem benefícios à saúde, despertam sensações e têm culturas ricas em diversidade e história. Saiba como essa dupla pode equilibrar corpo e mente
Publicada em 23/06/2025

O encontro sensorial de duas culturas milenares | Criação IA
Há algo mágico nos primeiros minutos da manhã: o vapor que sobe da xícara de café recém-passado, o cheiro inconfundível que invade a casa, e aquele momento de pausa antes do mundo começar. Agora, imagine esse ritual ganhando um toque verde, herbal, com notas de relaxamento e bem-estar. Sim, café e cannabis podem parecer opostos à primeira vista, um acorda, o outro acalma, mas, quando olhamos mais de perto, percebemos que têm mais em comum do que se imagina.
Duas substâncias, um mesmo renascimento
Nas décadas de 1990 e 2020, respectivamente, café e cannabis experimentaram um renascimento cultural. Não que fossem desconhecidos antes, ambos já faziam parte da vida de muita gente, embora, muitas vezes, consumidos sem grande atenção à qualidade ou aos efeitos. Mas foi nesse novo milênio que começaram a ser olhados com mais cuidado, mais pesquisa e mais respeito. O café deixou de ser só “preto forte no copo americano” e virou assunto de barista. A cannabis saiu das sombras do preconceito e entrou nos laboratórios, nos consultórios e nas rodas de conversa.
Aliados da saúde e do bem-estar
Não é só o sabor que une essas duas plantas poderosas. Café e cannabis têm sido estudados por seus potenciais terapêuticos. O café, por exemplo, já demonstrou ajudar na prevenção de doenças como Parkinson, diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer e enfermidades cardiovasculares. Um estudo feito com mais de 90 mil japoneses acompanhados por quase 19 anos concluiu que quem bebia café regularmente vivia mais e melhor.
Já a cannabis medicinal, que hoje ganha espaço no cuidado com doenças crônicas, também se mostra eficaz em condições como epilepsia, dores crônicas, náuseas, transtornos alimentares, câncer, glaucoma e transtornos de estresse pós-traumático. Ambas as substâncias, quando bem indicadas e usadas com responsabilidade, oferecem mais que prazer: oferecem alívio.
Se dopamina tivesse cheiro, talvez fosse o da flor da cannabis ou do grão de café moído na hora. Esse neurotransmissor, responsável pela sensação de prazer e motivação, é estimulado por ambas as substâncias. Estudos mostram que tanto o café quanto a cannabis são capazes de aumentar os níveis de dopamina no organismo, o que pode explicar aquela sensação de bem-estar, ou até de “inspiração” que muitas pessoas relatam ao consumir um ou outro.
Café não é tudo igual. Cannabis também não. Assim como existem Arábicas, Robustas e Libéricas, também há Indicas, Sativas e híbridas. Mas essas classificações são apenas o começo. Solo, clima, altitude, colheita, secagem, cura... todos esses fatores influenciam profundamente no resultado final da experiência, seja ela de sabor ou de efeito.
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Café com maconha: uma mistura antiga e moderna
Muito antes dos cafés canábicos se tornarem tendência nas prateleiras gourmet, já se falava da combinação dessas duas substâncias. Em 1857, o Dr. John Bell já observava que o café potencializava os efeitos da cannabis. E não à toa: enquanto o café ativa, a cannabis acalma, criando um estado de alerta relaxado, de presença tranquila. Essa mistura, que parece paradoxal, tem conquistado novos públicos mundo afora.
Hoje, há cafés infundidos com cannabis, vinhos com terpenos e até cervejas artesanais com extratos de cânhamo. As fronteiras entre relaxar e energizar estão ficando mais suaves e mais saborosas.
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Final feliz com gosto de pausa
Café e cannabis não são apenas substâncias. São culturas. São momentos. São convites ao autocuidado e ao prazer com consciência. Em um mundo acelerado e, por vezes, adoecido pela produtividade excessiva, talvez a união dessas duas forças seja exatamente o equilíbrio que estamos buscando.
Afinal, quem disse que para seguir em frente é preciso escolher entre acelerar ou parar? Às vezes, o melhor caminho é saborear os dois.
Com informações do El Planteo.