A perda de visão é um mal que acomete uma parcela considerável da população brasileira. Pensando nisso, governos, entidades médicas e centros hospitalares lançaram a iniciativa do Abril Marrom — mês destinado a minimizar os efeitos provocados pela cegueira.  

Dentre as diversas patologias que podem causar cegueira, uma das principais é um mal silencioso chamado Glaucoma, definição genérica para problemas que afetam o nervo óptico provocando lesões irreversíveis e afetando o trânsito de informações visuais vindas do cérebro e recebidas pelo olho.

Estima-se que 70% dos portadores do glaucoma não estejam em tratamento, pois muitos pacientes não possuem sintomas até o início da perda da visão periférica lateral. Além disso, grande parte do problema se concentra na falta de informações e negligência dos enfermos ao perceberem os primeiros indícios da disfunção — a maioria acredita que o glaucoma tem cura, ou que a cegueira causada por este é reversível.

O Papel da Cannabis na Oftalmologia

Um estudo publicado na Revista Médica de Minas Gerais apresenta resultados promissores sobre o uso da cannabis na oftalmologia. Os canabinoides, substâncias secretadas das flores da Cannabis sativa, apresentam benefícios no manejo de diversas condições médicas, incluindo o glaucoma.

Estudos têm demonstrado também que os compostos presentes na planta podem reduzir a pressão intraocular, tornando-se uma alternativa no tratamento do glaucoma. No entanto, seu efeito é temporário, com duração média de apenas 4 horas.

Além do glaucoma, pesquisas indicam que os canabinoides também podem ser úteis no tratamento de outras doenças oculares, como retinopatia diabética, uveítes e blefaroespasmo.

Embora os resultados sejam promissores, é necessário realizar mais estudos para compreender melhor os benefícios e os riscos associados ao uso de canabinoides na oftalmologia.  

Em meio à conscientização sobre a prevenção da cegueira, a pesquisa sobre o papel da cannabis na oftalmologia destaca-se como uma área de esperança e oportunidade para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com doenças oculares incapacitantes.