Custo mensal de tratamento com cannabis medicinal despenca 41% em 2 anos no Brasil

A pesquisa destaca também a diminuição de 70% nos custos de frete, indo de mais de R$ 400 para R$ 120, com a consolidação do mercado no país

Publicada em 12/01/2024

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Leandro Maia

Uma pesquisa revela que o custo médio mensal do tratamento com CBD, componente chave da cannabis medicinal, no Brasil, caiu significativamente nos últimos dois anos. O levantamento, realizado pela Cannect, aponta uma redução impressionante de 41%, passando de R$ 508,35 para cerca de R$ 300. A queda é atribuída a estratégias inovadoras no mercado, como negociações com marcas parceiras e integração logística, apoiadas por uma plataforma tecnológica avançada.

Além disso, a pesquisa destaca a diminuição de 70% nos custos de frete, indo de mais de R$ 400 para R$ 120, graças à consolidação gradual do mercado de cannabis medicinal no país. Consultas médicas e odontológicas relacionadas ao tratamento também registraram uma redução significativa de 42%, passando de uma média de R$ 300 para R$ 175.

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Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal

O principal congresso da América Latina de caráter científico e profissional, que busca trazer inovação e avanços relacionados à utilização medicinal da cannabis.  

Allan Paiotti, CEO da Cannect, atribui a queda nos custos médicos à crescente aceitação e atualização de médicos sobre a cannabis medicinal. O aumento de estudos científicos sobre sua eficácia no tratamento de condições como epilepsia, ansiedade e dor crônica quebraram tabus e ampliaram o número de profissionais aptos a prescrever.

 “Em 2015, por exemplo, quando as primeiras regulações sobre o tema foram estabelecidas no país, poucos profissionais tinham conhecimento na prescrição, o que restringia a diversificação de especialistas e elevava o custo. Com mais médicos prescritores, o paciente se beneficia com o acesso”, explica.

No entanto, um desafio persistente é a morosidade na tramitação de projetos de lei para a implementação da cannabis no SUS. Enquanto o tratamento se torna mais acessível para a população, a lentidão burocrática impacta negativamente os cofres públicos, como visto em São Paulo, que enfrentou gastos recordes em processos judiciais, atingindo R$ 25,6 milhões.