Em meio aos avanços dos últimos anos, os canabinoides presentes na cannabis, como o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), ganharam destaque por sua capacidade de interagir com receptores específicos distribuídos pelo corpo humano. Essa interação pode ajudar a modular a dor, reduzir inflamações, controlar espasmos musculares e melhorar quadros de ansiedade e epilepsia, especialmente em contextos onde os medicamentos tradicionais apresentam limitações.

O papel do Sistema Endocanabinoide

A revolução no entendimento desses efeitos começou em 1992, quando a cientista Allyn Howlett, em parceria com uma equipe liderada por Raphael Mechoulam, descobriu que o THC exerce funções importantes no cérebro humano. Essa descoberta foi crucial para o mapeamento do Sistema Endocanabinoide (SEC), uma rede complexa composta por receptores, enzimas e endocanabinoides, como a anandamida e o 2-AG, que são produzidos naturalmente pelo corpo.

Os principais receptores, CB1 e CB2, estão associados ao sistema nervoso central e ao sistema imunológico, respectivamente, desempenhando papeis essenciais na regulação do humor, apetite, memória e resposta inflamatória.

Avanços e perspectivas globais

Desde a permissão para uso medicinal da cannabis em Israel, no mesmo ano da descoberta do SEC, até os dias de hoje, diversos países têm investido na pesquisa e aplicação terapêutica dos canabinoides. Na América Latina, o Uruguai foi pioneiro ao legalizar o uso medicinal em 2013, enquanto o cenário brasileiro se transformou a partir de 2014, impulsionado por casos emblemáticos de mães que lutaram pela saúde de seus filhos e por mudanças nas diretrizes regulatórias da Anvisa.

Nesse contexto de inovação e debates científicos, o 4º Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal se destaca como o principal evento da América Latina na área. Com mais de 100 palestrantes e uma expectativa de 1.200 participantes, o encontro promove o intercâmbio de conhecimentos entre especialistas, pesquisadores e profissionais da saúde.

Uma das principais atrações do evento é o Módulo MedCan Sistema Endocanabinoide, programado para o segundo dia, que promete aprofundar a discussão sobre os mecanismos do SEC e os avanços recentes na aplicação terapêutica da cannabis.

Entre seus temas, o módulo tratará dos avanços recentes os padrões globais presentes em pesquisa clínica com cannabis medicinal e irá destrinchar o genoma do tratamento com a planta. Além de pautar a propriedade de neuroplasticidade da Cannabis, sobre tratamentos em psiquiatria e neurologia e outros diversos assuntos debatidos pelos principais nomes do cenário.        

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Aplicações terapêuticas e desafios

Estudos recentes indicam que a interação entre os canabinoides e o Sistema Endocanabinoide pode oferecer alívio para sintomas de doenças crônicas, epilepsia, esclerose múltipla e distúrbios de ansiedade. No entanto, a eficácia e a segurança desses tratamentos dependem do acompanhamento médico especializado, que leve em consideração as variações individuais e os possíveis efeitos adversos, como alterações cognitivas e de humor.

A investigação contínua reforça a importância de estabelecer protocolos clínicos que integram a cannabis de forma complementar aos tratamentos médicos tradicionais. Para se manter informado, o médico pode se encontrar no CBCM 2025, os principais nomes do cenário canábico.

Com a evolução constante das pesquisas e a ampliação do debate científico, a cannabis se consolida como uma alternativa inovadora e promissora na prática clínica, abrindo novos horizontes para tratamentos personalizados e melhorias na qualidade de vida dos pacientes.

Eventos como o 4º Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal são essenciais para promover o diálogo entre a ciência e a prática, impulsionando o desenvolvimento de abordagens terapêuticas seguras e eficazes. Clique aqui e garanta seu ingresso.