Nos últimos dez anos, mais de 35.000 artigos científicos sobre cannabis foram publicados, um aumento expressivo que reflete o crescente interesse acadêmico sobre os constituintes da planta e seus efeitos terapêuticos. A análise foi realizada com base em uma pesquisa por palavra-chave no site da Biblioteca Nacional de Medicina/PubMed.gov, que também revelou que mais de 70% dos artigos revisados por pares foram divulgados nesse período.

Em texto publicado no Norml.org, Paul Armentano, vice-diretor da NORML, comenta sobre o aumento significativo no estudo da cannabis. “Apesar da percepção de que a maconha ainda não foi submetida a um escrutínio científico adequado, o interesse dos cientistas em estudar a cannabis aumentou exponencialmente na última década”, afirmou. Ele ainda destaca a importância de discutir a cannabis com base em evidências científicas e não pela perspectiva do desconhecimento.

Desde 2014, a quantidade de publicações científicas sobre a cannabis foi impulsionada pela investigação de suas propriedades terapêuticas e pelos impactos das legislações de legalização. Esses avanços são evidentes no número crescente de artigos, com mais de 90% da literatura sobre o tema publicada desde 2002.

Atualmente, o PubMed lista mais de 49.500 artigos científicos sobre cannabis, abrangendo uma vasta gama de estudos desde 1840. O recurso, disponível online desde 1996, é um dos mais importantes para a recuperação de literatura científica biomédica e biológica.

Este cenário revela uma transformação na forma como a cannabis é abordada na pesquisa científica, com impactos diretos no entendimento dos benefícios e riscos associados ao uso terapêutico e recreativo da planta.