O mercado de cânhamo industrial deve saltar de US$ 7,75 bilhões em 2025 para US$ 38 bilhões até 2035, com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 17,2%. A projeção consta em um relatório da Meticulous Research, divulgado nesta quarta-feira (28).

Segundo o estudo, o avanço será impulsionado pela legalização do cultivo em grandes economias, pela busca por soluções sustentáveis e pela diversificação de aplicações do cânhamo em áreas como construção civil, alimentação, indústria têxtil, cosméticos e saúde.

Legalização e inovação tecnológica impulsionam o mercado

Entre os principais vetores de crescimento estão o uso do cânhamo como matéria-prima para bioplásticos, concreto ecológico (hempcrete), tecidos naturais e ingredientes alimentares. O desenvolvimento de nanomateriais e compósitos à base de cânhamo também se destaca, assim como a verticalização das operações — da lavoura ao processamento final.

A expectativa é de que a fibra de cânhamo lidere o mercado em volume a partir de 2025, por sua versatilidade e uso consolidado em setores industriais. Já o óleo de cânhamo é o segmento que deve registrar o maior crescimento até 2035, devido às aplicações nutricionais, cosméticas e terapêuticas.

Alimentos e construção lideram uso final

O setor de alimentos e bebidas é apontado como o maior mercado consumidor, impulsionado pela tendência de alimentos funcionais e ingredientes de origem vegetal. Contudo, a construção civil deve liderar em ritmo de crescimento, especialmente pela demanda por materiais sustentáveis.

Quanto à origem, o cultivo convencional seguirá dominante, mas o cânhamo orgânico deve ganhar tração com o crescimento da agricultura regenerativa e da preferência do consumidor por certificações ambientais.

América do norte lidera, mas ásia-pacífico deve crescer mais rápido

Geograficamente, América do Norte e Europa devem manter a liderança até 2025, com destaque para os Estados Unidos e países da União Europeia, onde as estruturas regulatórias estão mais maduras. No entanto, a região Ásia-Pacífico deve registrar o maior crescimento, puxado pela China, Índia e Austrália, onde avanços legais e investimentos em infraestrutura industrial ampliam o mercado.

Desafios regulatórios ainda limitam avanço

Apesar das boas perspectivas, o estudo destaca obstáculos como a falta de padronização global nas normas, barreiras logísticas, escassez de infraestrutura de processamento e baixa familiaridade do consumidor com o cânhamo industrial. “A educação de mercado e a competitividade de custos frente a commodities tradicionais ainda são pontos críticos”, afirma o relatório.

A íntegra do relatório, com gráficos e segmentações por indústria, produto e região, pode ser acessada no site da Meticulous Research: meticulousresearch.com/product/industrial-hemp-market-6181