Derek Maltz foi anunciado como administrador interino da Drug Enforcement Administration (DEA) nessa segunda-feira (21). Sua postura contrária à reclassificação da cannabis, proposta pela administração Biden, e suas declarações controversas sobre o impacto da cannabis em tiroteios escolares reacenderam debates sobre a política antidrogas dos EUA.

Histórico de Derek Maltz na DEA

Maltz, que se aposentou da DEA em 2014 após 28 anos de serviço, retorna ao cargo em meio a uma transição política na administração Trump. Sua nomeação é temporária, enquanto o presidente decide quem ocupará o cargo permanentemente.

• Em 2022, Maltz vinculou o uso de cannabis a tiroteios em escolas, afirmando que “fumar maconha compulsivamente” estaria associado à violência juvenil.
• Ele criticou a reclassificação proposta pelo Departamento de Justiça (DOJ) sob a administração Biden, chamando-a de “politicamente motivada”.
• Maltz também sugeriu que a “cannabis geneticamente modificada” estaria relacionada ao aumento de tiroteios em massa.

Controvérsias sobre a reclassificação da cannabis

O processo para mover a cannabis da Lista I para a Lista III da Lei de Substâncias Controladas foi iniciado pelo governo Biden em parceria com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS). Maltz alega que a DEA teve sua autonomia comprometida pelo DOJ durante essa revisão, levantando dúvidas sobre a legitimidade do processo.

•  “Parece-me que o DOJ priorizou a política e os votos em detrimento da saúde e segurança públicas!”, declarou Maltz em maio de 2024.
• Ele também destacou preocupações sobre os efeitos do alto teor de THC em produtos de cannabis e alegou que organizações criminosas internacionais estão explorando vulnerabilidades na regulação.

Repercussões no debate sobre drogas

Grupos favoráveis à reforma das leis antidrogas expressaram preocupação com o retorno de Maltz ao comando da DEA. Eles argumentam que suas posições podem atrasar os avanços na regulamentação da cannabis e intensificar a criminalização.

Enquanto isso, audiências administrativas programadas para avaliar a proposta de reclassificação foram adiadas, aumentando as incertezas sobre o futuro da política federal de drogas.
 

Fonte: Marijuana Moment