O mercado global da cannabis está em plena ascensão, com uma recente pesquisa destacando um crescimento impressionante. De acordo com os dados da Cannabis Worldwide, o valor do mercado global da cannabis pode chegar à marca de US$ 65 bilhões em todo o mundo em 2024, com projeções que indicam ultrapassar os US$ 75 bilhões até 2029.  

Esse crescimento exponencial é impulsionado pela legalização crescente, para uso medicinal, industrial ou recreativo, em diversas partes do mundo, bem como pelo aumento da aceitação social e dos avanços na pesquisa e desenvolvimento de produtos baseados na planta.

O cenário brasileiro, embora ainda em fase de regulamentação e desenvolvimento, começa a mostrar sinais promissores. A legislação brasileira sobre a cannabis medicinal tem se tornado mais favorável, permitindo o acesso a tratamentos inovadores e fomentando o surgimento de novas empresas e startups no setor. Com o aumento da demanda por produtos, o mercado brasileiro tem o potencial de se tornar um dos mais significativos na América Latina.

“O mercado brasileiro de cannabis está apenas começando a explorar seu potencial. Com uma regulamentação mais clara e o crescente interesse dos consumidores, esperamos um crescimento substancial nos próximos anos”, diz Gabriel Ramos, empresário e CEO da Cannico, um marketplace inovador que facilita o acesso aos produtos de cannabis. Segundo ele, a conscientização sobre os benefícios medicinais e as mudanças na regulamentação são fatores cruciais para o desenvolvimento do mercado nacional.

“Somente a RDC 660, por exemplo, tem 600 mil autorizações para importação de produtos à base de cannabis para o Brasil. Isso demonstra como o mercado segue as tendências mundiais”, ressalta Ramos.

Geração de novos empregos e renda

“Segundo dados da Kaya Mind, após o 5º ano de regulamentação completa no Brasil, o país pode criar mais de 400 mil postos de trabalho, isso nos dá uma dimensão do potencial de empregos que podemos gerar através da indústria da cannabis, do medicinal ao recreativo até o cânhamo industrial”, afirma Danilo Lang, empresário, fundador do portal Cannabis Empregos e colunista Sechat.

Lang explica que no caso do Brasil, podemos considerar como exemplo o potencial dos eventos para a geração de novos postos de trabalho. Alguns eventos movimentam milhares de empregos diretos e indiretos, como a Medical Cannabis Fair (MCF).  

“Imagine que cada stand precisa de cinco pessoas na equipe, sendo eles segurança, limpeza, equipe de montagem, organização, etc. É muito legal chegar em um evento como a MCF e ver um único espaço movimentando tantas pessoas e conexões. É importante lembrar que o mercado da cannabis precisa dos mesmos profissionais de outros mercados, a cada fase da indústria, novas profissões ficam em alta nestes períodos, mas não quer dizer que outras estão esquecidas”, conclui o empresário.

Exemplos de profissões em alta no setor da cannabis:

- Profissionais da saúde (médicos, farmacêuticos, dentistas)

- Marketing (redes sociais, mídia online, inbound marketing, design)

- Vendas e Comercial

- Representantes Comerciais

- Advogados

Uma vez que o mercado da cannabis ainda está em crescimento no Brasil, podemos notar que a competitividade para entrar nesta indústria cresce a cada dia. Mais pessoas se candidatam às vagas, tornando o processo seletivo mais competitivo e elevando a régua de corte para quem realiza as entrevistas.

Desse modo, assim como o mercado global, o Brasil se encontra em uma trajetória ascendente, impulsionado pela demanda crescente por produtos derivados da cannabis e pela perspectiva de regulamentações mais liberais.