O processo de reclassificação da cannabis nos EUA permanece congelado e sem perspectiva de avanço, conforme indicou a nova administração da Drug Enforcement Administration (DEA) nesta semana. Em comunicado conjunto ao Juiz Administrativo (ALJ) John Mulrooney, representantes da agência afirmaram que o caso “continua pendente”, sem progresso desde a suspensão temporária ocorrida há seis meses, motivada por um recurso interlocutório.

A DEA tem a obrigação de atualizar o status do processo a cada 90 dias. No entanto, repetiu quase palavra por palavra a declaração emitida em abril. Na ocasião, informou que o então administrador interino, Derek Maltz, ainda não havia estabelecido um cronograma de briefing — etapa fundamental para que as partes possam apresentar seus argumentos formais sobre a possível reclassificação da cannabis nos EUA.

Em novo aviso, divulgado na última segunda-feira, a agência reiterou que “o recurso interlocutório ao Administrador Interino referente à Moção de Reconsideração permanece pendente” e que nenhum cronograma foi definido até o momento.

Trocas de comando dificultam avanço da reclassificação da cannabis

Em meio à paralisação, a DEA passou por mais uma mudança em sua liderança, com a saída de Derek Maltz, que ocorreu de forma discreta em maio. O anúncio oficial não foi feito pela agência. A única manifestação pública partiu do próprio Maltz, que publicou a novidade em seu perfil pessoal no LinkedIn. Curiosamente, várias fontes seguem o citando como administrador interino, enquanto a seção "Liderança da DEA" no site oficial está inacessível.

Segundo apurações, o cargo teria sido assumido interinamente por Robert Murphy, administrador adjunto. No entanto, ele também não deve permanecer por muito tempo à frente da DEA, já que o indicado de Donald Trump para o posto definitivo, Terrance Cole, aguarda confirmação.

Indicado por Trump diz que reclassificação da cannabis será prioridade

Durante uma audiência de confirmação realizada em maio, Terrance Cole afirmou que a revisão do processo travado seria “uma de suas principais prioridades” caso fosse confirmado no cargo. Apesar disso, o veterano policial evitou se posicionar a favor da proposta de reclassificação da cannabis nos EUA, alegando que ainda precisava estudar o tema mais profundamente.

Cole reconheceu os atrasos acumulados na revisão conduzida pela DEA e declarou: “Não estou familiarizado exatamente com a situação atual, mas sei que o processo foi adiado inúmeras vezes. É hora de avançar.”

Ao ser pressionado pelo senador Alex Padilla, democrata da Califórnia, sobre um eventual compromisso em concluir o processo, o indicado também foi evasivo. Disse apenas que “precisava entender melhor onde as agências estão” e que desejava “ouvir os especialistas” antes de tomar uma decisão definitiva.

Com informações de Businesofcannabis