Uso da cannabis no tratamento da dor; aprendizado vai muito além da graduação
Reumatologista diz que "cannabis tem apresentado resultados excepcionais em pacientes com dor"
Publicada em 02/10/2024
Imagem: PixaBay
Dores crônicas fazem parte do cotidiano de 36,9% dos brasileiros com mais de 50 anos. Desses, 30% utilizam opioides para aliviar o problema, de acordo com dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos (ELSI-Brasil), financiado pelo Ministério da Saúde.
Segundo o reumatologista Tiago Campanholi, a cannabis tem apresentado resultados excepcionais em pacientes com dor. Além de melhorar as experiências sensoriais associadas a lesões, medicamentos à base da planta também ajudam a reduzir a prescrição e o uso de remédios convencionais, que muitas vezes são prejudiciais ao ser humano.
Uma revisão sistemática e meta-análise examinou 79 ensaios clínicos controlados randomizados envolvendo o uso de canabinoides para diversas condições, incluindo dor crônica. Os resultados indicaram que os canabinoides estavam associados a uma redução significativa na intensidade da dor em comparação com o placebo.
Busca por conhecimento
Durante a faculdade, Campanholi, que começou a prescrever cannabis recentemente, não teve contato com a terapia canabinoide. “Não há ensino sobre o sistema endocanabinoide nas universidades. É uma área ainda recente no campo da saúde. Precisamos de mais conhecimento e embasamento para a prática clínica cotidiana”, comenta.
Para buscar mais informações, o médico recorre a eventos como a Medical Cannabis Fair (MCF), o mais relevante para especialistas, empresas e profissionais da saúde, focado nos avanços científicos e inovações no uso medicinal da cannabis e do cânhamo industrial.
Na 3ª edição da MCF, realizada em maio de 2024, Tiago pôde trocar experiências com outros 4.202 visitantes, sendo 2.398 da área da saúde e 1.804 do setor de negócios. “Esse é o local ideal para conhecer empresas e produtos derivados da cannabis. O contato com outros profissionais também auxilia na prescrição e no entendimento dos diferentes usos e possibilidades terapêuticas da cannabis medicinal”, completa Campanholi.
Assim como ele, 40% dos presentes tinham como principal objetivo adquirir conhecimento sobre o uso medicinal da cannabis.
Assista à entrevista: