Por redação Sechat com informações de Hemp Today

Espera-se que o ano de 2024 seja marcado por avanços significativos no setor da construção civil, à medida que o cânhamo, uma subespécie de cannabis com baixo teor de THC (Tetrahidrocanabinol), ganha destaque como matéria-prima para concreto.  

Segundo a Associação Estadunidense de Cânhamo, em inglês, US Hemp Building Association (USHBA), a padronização dos códigos de construção e a fácil especificação em estruturas comerciais tornarão o concreto de cânhamo uma opção inovadora para enfrentar os desafios tradicionais enfrentados no setor. 

Novas regras para novas possibilidades 

O Conselho do Código Internacional (ICC), reconhecendo o potencial do cânhamo na construção, aprovou o concreto feito a partir das fibras da planta como material de construção adequado para estruturas residenciais. O artigo, aceito pelo órgão responsável por regular o setor na atualização do Código Residencial Internacional (IRC), legitimou o uso de misturas de cânhamo e cal como material resistente à sistemas de preenchimento de paredes. 

Guia para construtores e arquitetos 

Essa inclusão é um passo crucial para a adoção generalizada do concreto de cânhamo na indústria da construção. Os códigos da ICC, que são amplamente utilizados nos Estados Unidos e em alguns outros países, oferecem diretrizes essenciais para profissionais da construção, permitindo que arquitetos e construtores especifiquem o material em pedidos de licença de construção para diversas habitações. 

A USHBA está prevendo o início dos trabalhos em 2024 para estabelecer o concreto de cânhamo como isolamento de preenchimento padrão em grandes projetos comerciais sob o Código Internacional de Construção da ICC, com atualizações previstas para 2025. Além disso, um guia detalhado será lançado em breve, proporcionando aos arquitetos uma linguagem padronizada para inclusão nos documentos de licitação. 

Padrões e sustentabilidade 

A USHBA está comprometida não apenas com a aceitação do concreto de cânhamo, mas também com a criação de padrões de resíduos de cânhamo para garantir a consistência na produção. Este procedimento e os padrões de teste visam auxiliar os processadores na fabricação de resíduos de construção uniformes, proporcionando materiais adequados e seguros para os construtores. Estas diretrizes são temporárias, aguardando que a Sociedade Americana de Testes e Materiais (ASTM) estabeleça padrões definitivos para o cânhamo. 

Os testes planejados em universidades dos estados de Dakota do Norte e Oregon ajudarão a definir esses padrões, abrangendo critérios como tamanho, níveis de poeira e conteúdo de fibra nos resíduos de cânhamo. Os resíduos que atenderem a esses padrões poderão ser comercializados como aprovados pela USHBA, consolidando o cânhamo como uma opção confiável e sustentável na construção civil internacional.