O cânhamo pode se equiparar à madeira na capacidade de capturar e armazenar gases de efeito estufa

Um relatório concluiu que a capacidade de remoção de carbono do cânhamo é comparável a de árvores

Publicada em 13/07/2023

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Por Redação Sechat

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Um novo relatório da Alemanha sugere que o cânhamo pode armazenar dióxido de carbono (CO2) de maneira tão eficiente quanto a madeira, quando usado como matéria-prima na indústria da construção. O relatório, compilado pelo nova-Institute, uma organização de pesquisa sediada em Hürth, concluiu que a capacidade de remoção de carbono do cânhamo é comparável a de árvores como abetos de crescimento rápido, abetos Douglas e bétulas, tanto em termos brutos quanto líquidos.

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De acordo com o relatório, a quantidade de carbono armazenado nas matérias-primas do cânhamo, que podem ser potencialmente usadas na indústria de construção e isolamento, varia entre 9,5 e 11,4 toneladas de CO2eq por hectare (bruto). O rendimento de palha por hectare é o fator determinante, onde rendimentos mais altos resultam em mais carbono armazenado e rendimentos mais baixos resultam no oposto.

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O cânhamo pode se equiparar à madeira na capacidade de capturar e armazenar gases de efeito estufa

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No contexto do relatório, "bruto" refere-se ao carbono total capturado pelo cânhamo no campo, enquanto os valores "líquidos" para o cânhamo levam em consideração as emissões de gases de efeito estufa geradas durante o plantio, colheita, processamento e transporte da fibra. No caso da madeira, as emissões resultantes do descasque e transporte para instalações de processamento também são consideradas.

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O relatório destaca que as taxas líquidas de remoção de carbono variam de 5,5 a 11 toneladas por hectare, tanto para o cânhamo quanto para a madeira.

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A Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia (DG AGRI) reconhece os potenciais benefícios ambientais do cânhamo e considera-o uma "opção interessante" dentro do quadro de certificação de remoção de carbono proposto pela UE. Esse quadro reconhece os benefícios ambientais derivados de soluções baseadas na natureza, como a restauração de florestas, solos e práticas agrícolas inovadoras, além de tecnologias como bioenergia com captura e armazenamento de carbono. O objetivo é ampliar as atividades de remoção de carbono e combater práticas enganosas, permitindo que as empresas demonstrem suas ações nesse campo.

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No contexto das metas da UE, o plano de ação da economia circular visa reduzir a pegada de carbono dos edifícios por meio de iniciativas de "renovação circular", que promovem a infraestrutura verde e o uso de materiais de construção orgânicos capazes de armazenar carbono. A indústria da construção contribui com aproximadamente 5% a 12% das emissões de CO2 dos Estados membros da UE. A UE estabeleceu a meta de alcançar a neutralidade climática até 2050.