Vidas transformadas: casal de cegos conta experiência com cannabis 

Por João Negromonte

Em uma emocionante jornada de superação e descoberta, Priscila Priori e Manoel Aparecido de Jesus, dois indivíduos que enfrentam a cegueira, compartilham como o uso medicinal da cannabis revolucionou suas vidas e abriu caminho para uma ideia mais inclusiva e informada sobre o tratamento alternativo.

Por muitos anos, a cannabis esteve envolta em estigmas e preconceitos, principalmente entre certas comunidades religiosas. Priscila, uma mulher evangélica, não estava isenta desse preconceito enraizado. Entretanto, a reviravolta em sua perspectiva veio através de Manoel, seu companheiro e defensor incansável do uso medicinal da planta.

O ponto de inflexão para Priscila e Manoel ocorreu durante o evento "Cannabis e Caridade", onde ambos tiveram atendimento médico e acesso à produtos de cannabis, além da oportunidade de aprender sobre os benefícios terapêuticos da planta para pacientes como eles, que enfrentam o desafio adicional de lidar com a diabetes. Com histórias de melhoria no humor, sono mais tranquilo, alívio das dores e um controle mais eficaz da doença, a curiosidade de Priscila foi despertada.

"Limitar uma coisa que faz tão bem, é privar-nos dos nossos direitos", enfatiza ela, agora uma ardente defensora do tratamento com cannabis. Priscila compartilha como a jornada dela e de Manoel tem sido marcada por melhorias significativas em sua qualidade de vida desde que começaram a tomar o óleo de cannabis há pouco mais de duas semanas.

A experiência deles ressalta a importância de educação e informação sobre o uso medicinal da cannabis. Manoel, ao compartilhar conhecimento e evidências científicas com Priscila, conseguiu dissipar os estigmas infundados que haviam impedido a aceitação da cannabis como uma opção viável de tratamento.

Além de testemunhar os benefícios pessoais, Priscila e Manoel destacam o papel crucial do Estado em fornecer tratamentos de qualidade, incluindo o acesso à cannabis medicinal, para aqueles que mais necessitam. Eles acreditam que a descriminalização da maconha não apenas poderia abrir portas para mais pesquisas e avanços médicos, mas também contribuiria para a derrubada dos preconceitos enraizados e para o acesso mais amplo a tratamentos alternativos.

Em um mundo onde a informação é a chave para a compreensão e aceitação, o casal emerge como exemplos inspiradores de como o conhecimento e a experiência podem transformar vidas e abrir horizontes previamente desconhecidos. A jornada deles ressalta que, às vezes, uma mudança de perspectiva é o passo mais crucial em direção a um futuro mais inclusivo e informado.