O transtorno afetivo bipolar é considerado um distúrbio psiquiátrico complexo. A característica mais marcante da bipolaridade é a alternância, às vezes súbita, de episódios de depressão com euforia (mania e hipomania) e de períodos assintomáticos entre eles. As crises podem variar de intensidade (leve, moderada e grave), frequência e duração. Em geral, essa perturbação do humor se manifesta tanto em homens quanto em mulheres, entre os 15 e os 25 anos, mas pode afetar também crianças e pessoas com mais idade.
Segundo o Informe da Cannabis sobre Transtornos Mentais, documento elaborado em maio de 2020 pelo Programa de Evidências em Políticas e Tecnologias em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz, com apoio da Anvisa, e que mede a eficácia e a segurança dos medicamentos à base de cannabis, foram realizados testes com canabidiol (CBD) em pacientes com transtorno bipolar. Durante o estudo, foram administradas duas doses do medicamento (dose inicial de 600 mg/dia aumentada para 1200 mg/dia) com Olanzapina adjuvante (10–15mg/dia) em um prazo de 20 dias. No 21º dia, o tratamento com CBD foi substituído por placebo por 5 dias. Embora os pacientes tenham tolerado bem o CBD, a melhora observada foi limitada ao primeiro caso (tomar CBD e Olanzapina) com reduções das manifestações da patologia em 37%, considerando-se a Young Mania Rating Scale e em 33%, considerando-se a Brief Psychiatric Rating Scale (ambas as escalas são referências para medir a gravidade dos sintomas).
Não há, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, pesquisas suficientes que comprovem o êxito do uso do canabidiol (CBD) no tratamento do transtorno, classificando as evidências sobre o uso da substância para transtorno bipolar como categoria F, ou seja, necessita mais estudos específicos para comprovar a eficácia dos compostos da cannabis nesta patologia.
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