A relação da cannabis na qualidade de vida de pacientes odontológicos

Discussão de casos clínicos encerra o CBCM com relatos de melhora significativa em pacientes com sintomas de menopausa e bruxismo

Publicada em 29/05/2024

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Entendendo a importância da discussão de casos clínicos entre profissionais da saúde, os dentistas prescritores de cannabis, Nivaldo Vanni, Sônia Wurthmann e Simone De Carlo Trasatti, trouxeram à tona algumas experiências de pacientes que tiveram melhoras com o uso de medicamentos à base da planta. A ação ocorreu durante palestra do módulo Odonto Cannabis e encerrou a 3ª edição do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal.

Entre os casos, três marcaram a palestra. O primeiro caso, relatado por Nivaldo, trouxe a história de uma paciente do gênero feminino, de 56 anos, cadeirante desde os 16 anos. Em 2019 entrou na menopausa e adquiriu caso de insônia. "Sinto meus dentes afundando, um lado do meu rosto já afundou. Tenho muita dor de cabeça e ultimamente acordo de súbito, como se estivesse perdendo a respiração", conforme relato da paciente.

Diagnosticada com endometriose, durante o tratamento a paciente utilizou óleo Full Spectrum 3.000 mg/30ml e gummie delta 8. Também teve um acompanhamento semanal e uma indicação de alongamento para músculos da mastigação e cervicais.  

Após 75 dias, as dores já haviam quase sumido. Um ano depois, a paciente estava dormindo bem e "descansando", não sentia mais dor e tinha uma grande melhora na qualidade de vida.

Já Simone, apresentou o caso de cannabis na endodontia. Dani, 36 anos, casada, moradora de São Paulo e portadora de dor irradiada e bruxismo, apenas 30 dias depois de começar a utilizar canabinoides, teve uma melhora significativa. "A lesão praticamente sumiu. Pericementite e a dor também diminuíram" aponta Simone. 

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Simone De Carlo Trasatti durante CBCM

O ultimo caso foi proposto por Sônia e relatou o caso de uma paciente tratada com biorressonância. "Iniciei nessa trajetória por um caso pessoal. Tive uma doença periodontal, sofri com mais de 20 patologias", afirmou a primeira aluna do Sechat Academy, antes de pautar o cenário clínico do paciente.  

Entrando na história da paciente, Sônia trouxe um caso marcante. Diagnosticada com menopausa, doença causadora de deficiência hormonal, complicações inflamatórias e limitações na capacidade de resposta orgânica, a mulher de 74 anos, relatava ter, antes de iniciar o tratamento com cannabis, dez sintomas, como fibromialgia, cefaleia, boca seca, secura ocular, bruxismo e outros.

Depois de um ano utilizando a terapia canabinoide, a paciente manteve apenas duas destas complicações, perda dentaria pré-existente e reabsorção mandibular.