Americana conquista ouro nas Olimpíadas 612 dias após deixar a prisão na Rússia
Atleta ficou nove mesas presa, foi liberada no final de 2023 e em 2024 venceu seu terceiro ouro olímpico no basquete feminino
Publicada em 13/08/2024

Imagem: Reprodução Instagram @brittneyyevettegriner
Com um placar de 67 a 66, a seleção feminina de basquete dos Estados Unidos venceu a França, anfitriã dos Jogos Olímpicos de Paris, no último dia de competições, garantindo o ouro e o octacampeonato olímpico.
Com essa medalha, os EUA alcançaram seu 40º ouro na edição, superando a China no ranking das Olimpíadas e garantindo o primeiro lugar geral. Embora ambos os países tenham conquistado 40 ouros, os Estados Unidos ficaram à frente devido às 44 pratas, enquanto a China somou 27.
Entre as atletas da delegação dos EUA estava Brittney Griner, de 33 anos, que, em março de 2022, foi detida pela polícia russa em Moscou por posse de um vaporizador contendo óleo de cannabis.
“Estou muito emocionado. Significa muito para mim. Minha família não achou que eu estaria aqui, como já disse antes, e não só estar como ganhar um ouro para o meu país, representando o país que prendeu muito para que eu estivesse aqui. Sim, essa medalha de ouro ganha num lugar especial”, comentou o tricampeão olímpico durante entrevista à ESPN norte-americana. A pivô terminou a edição de 2024 dos Jogos com uma média de 7,3 pontos e 4,2 rebotes por jogo.
Entenda o Caso
Após ser detida, Griner admitiu a posse dos produtos, explicando que se descuidou ao embalar sua bagagem e que não teve a intenção de cometer um crime. Sua defesa alegou que ela usava maconha para tratar dores, mas Griner foi condenado a nove anos de prisão por posse e contrabando de drogas, uma sentença que seus advogados consideraram excessiva.
O caso ganhou destaque internacional quando o Departamento de Estado dos EUA declarou que Griner estava “detida injustamente”, uma acusação negada pela Rússia. A pressão sobre o governo Biden aumentou, e o secretário de Estado, Antony Blinken, revelou que os EUA fizeram uma “proposta substancial” à Rússia para repatriar Griner, junto com outro prisioneiro americano.
Finalmente, em dezembro de 2023, Griner foi libertada pelo governo russo após uma troca de prisioneiros com a Casa Branca, que incluía o traficante de armas russo Viktor Bout, conhecido como “Mercador da Morte”, que cumpriu uma sentença nos EUA.