Com a crescente aceitação da cannabis medicinal como alternativa terapêutica, o mercado brasileiro presencia um aumento expressivo no número de empresas buscando espaço nesse setor promissor. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou a comercialização de 33 produtos em farmácias de todo o Brasil, sinalizando uma mudança significativa na dinâmica do mercado de saúde. 

Confira a lista atualizada aqui:  

https://consultas.anvisa.gov.br/#/cannabis/q/?situacaoRegistro=V

Números da atual situação do mercado 

Atualmente, 27 produtos aguardam a definição da Anvisa, enquanto aproximadamente 20 empresas estão envolvidas nesse processo. Esses números refletem a rápida expansão e aceitação do segmento, indicando que a regulamentação da cannabis medicinal está se tornando uma realidade cada vez mais presente no cotidiano dos brasileiros. 

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 327, estabelecida pela Anvisa, tem sido o guia para a regulamentação desse mercado. Os critérios rigorosos estipulados pela RDC 327 visam assegurar a qualidade, eficácia e segurança dos produtos de cannabis medicinal disponíveis, garantindo assim a proteção dos consumidores. 

O advogado especializado em direito à saúde e cannabis medicinal, Leonardo Navarro, comenta sobre a RDC 327: "A regulamentação foi inicialmente alvo de contestações, porém, hoje as empresas estão compreendendo sua eficácia como um meio viável para tornar os produtos de cannabis acessíveis à população”. 

Navarro explica que existem dois modelos de disponibilização dos derivados da planta, sendo eles:  

Ele ressalta ainda que é imprescindível, antes de considerar a precificação, avaliar outros impactos significativos, como a ampliação da variedade terapêutica disponível para os médicos e o aumento da segurança proporcionado pelos produtos regulados pela RDC 327. 

“Contudo, quando se trata de valores, é evidente que, com uma oferta mais diversificada no mercado, o surgimento de mais autorizações e uma competição intensificada, a tendência é que os preços dos produtos diminuam. Isso não apenas impulsiona o setor, mas é especialmente benéfico para o consumidor final", finaliza Navarro. 

Concorrência e preços: o que esperar? 

Com as empresas aptas a disponibilizar seus produtos em farmácias, a concorrência no varejo está prestes a atingir novos patamares. A grande questão que se apresenta é se esse aumento na competição resultará em um barateamento dos medicamentos de cannabis medicinal para os consumidores. 

Para André Cupertino, propagandista da empresa Cannten, especializada em venda de óleos medicinais à base da planta: 

“A entrada crescente de empresas na indústria da cannabis está redefinindo o cenário dos cuidados de saúde. Esta expansão não só diversifica as opções terapêuticas, mas também sinaliza a possibilidade de preços mais acessíveis, impulsionando a democratização do acesso a tratamentos inovadores”, disse Cupertino, que salienta que a competição entre os players pode catalisar inovações, otimização de custos e, assim, potencialmente, tornar os benefícios terapêuticos da cannabis mais acessíveis para um público mais amplo, promovendo uma mudança positiva na saúde da sociedade. 

Rumo a um mercado mais acessível? 

O aumento da concorrência no varejo de cannabis medicinal no Brasil promete uma transformação positiva no acesso a tratamentos terapêuticos. Com a regulamentação rigorosa da Anvisa e a entrada de novas empresas, a expectativa é que os preços dos medicamentos tendam a cair, beneficiando diretamente os consumidores. 

Nesse cenário dinâmico a voz de especialistas reforça a importância de uma regulamentação sólida para sustentar o crescimento do setor, assegurando que a competição seja baseada em padrões elevados de qualidade e segurança para o bem-estar dos pacientes brasileiros.