“40% da população brasileira sofre com algum tipo de dor", diz Roberto Lazzarini no CBCM24

O uso da planta como complemento para redução de inflamação, dores e controle da ansiedade

Publicada em 26/05/2024

Capa do artigo

No Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal, o simpósio satélite oferecido pela Volcanic abordou o tratamento da dor e inflamação crônica com coadjuvantes ao tratamento com fitocanabinoides. O palestrante, Dr. J. Roberto Lazzarini, trouxe insights valiosos sobre estratégias complementares para o manejo dessas condições. “40% da população brasileira sofre com algum tipo de dor, e globalmente estima-se que milhões de pessoas terão que enfrentar algum tipo de dor", disse. 

Ao compartilhar exemplos de casos clínicos, o palestrante disse que somente a cannabis, muitas vezes, não é suficiente para o tratamento da dor. "Por isso, ter coadjuvantes na prescrição clínica é muito interessante para os resultados. Dentre as opções de tratamento de dor crônica, uma mudança de hábitos e comportamento são fatores determinantes para o alívio da dor, como por exemplo ter uma alimentação saudável, realizar atividade física, regular o sono, minimizar o estresse e promover saúde social nos relacionamentos. Não há como abordar doenças crônicas sem mudança de hábito. Quando se fala em inflamação e dor crônica, são patologias complexas que determinam insônia, ansiedade, depressão, ou seja, a qualidade de vida é prejudicada”, explicou Lazzarini.

A compreensão fisiopatológica dos processos inflamatórios auxilia na elaboração do tratamento. A cannabis entra nesse âmbito, pois é uma medicina que há mais de 5 mil anos tem indicação de uso para esse fim. O SEC (Sistema Endocannabinoide) abre portas para as possibilidades de aplicação da cannabis e para a criação de medicamentos.

Como opção coadjuvante para o tratamento da dor aliado à cannabis está a prescrição da PEA (palmitoilanolamida), que tem efeito analgésico e auxilia na modulação do sistema neurológico, analogicamente à cannabis, sendo bastante eficaz no tratamento de neuropatia diabética, enxaqueca, osteoartrite, recuperação pós-exercício e cefaleia.

Outra opção de apoio para o tratamento da dor é o terpeno beta-cariofileno, extraído da Copaíba, que possui grande ação na regulação da inflamação e da dor, além de ser antioxidante, ansiolítico e antidepressivo.

“O conjunto de canabinoides muitas vezes não é suficiente para o tratamento da dor, por isso adotar a PEA e o beta-cariofileno, duas substâncias muito promissoras para dar suporte ao tratamento de doenças crônicas inflamatórias, é uma excelente opção de suporte”, reforçou.