"Cannabis não é para tudo, mas é para todos"
Entenda o significado da frase e porque ela faz sentido para discutir a medicina endocanabinoide nos dias de hoje
Publicada em 20/11/2024
Planta cannabis | Imagem: Canva Pro
Do alcoolismo ao vitiligo, em uma lista de mais de 40 doenças, a cannabis tem se mostrado uma alternativa terapêutica eficaz. Mas como uma única planta pode ser utilizada para tratar doenças tão distintas? Pode parecer panaceia, no entanto, o segredo está em suas diversas propriedades e na interação com o corpo humano e até mesmo com organismos animais.
Sistema Endocanabinoide: o maestro do equilíbrio
Em 1992, a neurofarmacologista Allyn Howlett revolucionou a ciência ao identificar receptores no cérebro humano que reagem ao THC, um dos compostos ativos da cannabis. Com o apoio de cientistas israelenses liderados por Raphael Mechoulam, considerado o "pai da cannabis medicinal", o Sistema Endocanabinoide (SEC) foi mapeado. Essa descoberta revelou a importância do SEC na manutenção da homeostase, ou seja, o equilíbrio de funções vitais como sono, apetite, memória e resposta imunológica.
O SEC está presente em todo o corpo humano e é regulado por compostos endógenos - substâncias naturalmente produzidas pelo organismo - e lipídios retrógrados que se ligam a receptores específicos, como CB1 e CB2. Ele interage com sistemas como o nervoso central, imunológico, digestório, cardiovascular e endócrino, modulando funções que vão desde a regulação do humor até a percepção da dor.
Cannabis e o SEC: uma interação poderosa
A cannabis interage diretamente com o SEC, modulando sua atuação e, por consequência, influenciando outros sistemas corporais. É essa interação que explica por que a planta pode ser usada como aliada no tratamento de tantas doenças. Ao atuar no SEC, a cannabis ajuda a restaurar o equilíbrio do corpo e a aliviar sintomas em condições diversas.
Para o Dr. Pedro Pierro, neurocirurgião e diretor científico da Sechat, a frase "cannabis não é para tudo, mas é para todos" reflete essa versatilidade. Apesar de não ser indicada para todas as doenças, a planta pode ser uma solução em algum momento da vida, ajudando a corrigir os desajustes naturais do envelhecimento ou das condições crônicas.
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