CRPs do sul do Brasil lançam pesquisa sobre uso terapêutico de maconha e psicodélicos

Com o objetivo de mapear o conhecimento dos profissionais da psicologia sobre o uso de maconha e psicodélicos em contexto terapêutico, os Conselhos Regionais de Psicologia do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná desenvolveram um questionário online voltado para os psicólogos da região sul do Brasil.

A pesquisa, intitulada “Maconha (Cannabis sativa I.) e psicodélicos em contexto terapêutico: a Psicologia tem a ver com isso”, contém perguntas sobre o conhecimento e a utilização de substâncias psicoativas em práticas terapêuticas e uso adulto. Segundo comunicado dos conselhos, os dados não identificáveis poderão ser compartilhados com pesquisadores e universidades para estudos futuros, mediante envio de projeto de pesquisa e termo de confidencialidade.

Os conselhos destacaram que o uso terapêutico de cannabis e psicodélicos tem sido amplamente discutido em nível internacional e, nos últimos anos, vem ganhando cada vez mais atenção dentro do Conselho Federal de Psicologia e dos Grupos de Trabalho Regionais.

"Queremos mobilizar a psicologia para um fenômeno de produção de pesquisas, conhecimento e saúde que vem ganhando sustentação ao longo do tempo e que em outros locais já faz parte da formação e debates. É notório que em vários países a psicologia já venha se debruçando nestes temas, e tal pesquisa pode colocar a Psicologia produzida no Brasil como uma fonte de práticas, saberes e produção de saúde", diz Diego Gonçalo, psicólogo (CRP 07/21842) e conselheiro do CRPRS.

Gonçalo também ressaltou que, embora haja resistência entre alguns psicólogos, essa oposição tem diminuído com o tempo. Em muitos casos, a resistência está relacionada ao desconhecimento das pesquisas, tanto no Brasil quanto no exterior. "Esperamos que os dados obtidos possam ser analisados ​​pelo Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), e embasar discussões futuras dentro dos Conselhos Regionais, ajudando a desenvolver orientações mais claras sobre o uso de cannabis e psicodélicos em contextos terapêuticos", explica Gonçalo.

Ele ainda confirmou que os Conselhos Regionais estão desenvolvendo uma ferramenta para avaliar o nível de conhecimento da categoria sobre o tema. "Em agradecimentos anteriores, alguns conselhos trouxeram o assunto de forma mais limitada, focando apenas no estado onde estão localizados, mas agora buscamos uma abordagem mais abrangente", conclui Gonçalo.

Acesse a pesquisa clicando aqui