Eleições nos EUA e a cannabis: Trump e Harris flexibilizam apoio à legalização
Na disputa pela presidência, candidatos e estados conservadores propõem mudanças históricas para o mercado da cannabis, refletindo o apoio crescente da população e pressionando o Congresso para ajustes nas leis federais
Publicada em 05/11/2024
Imagem: Canva
Por Cintia Vernalha
As campanhas de Donald Trump e Kamala Harris se resumem neste terça-feira (05) à apuração dos votos nos 50 estados do país e no distrito de Colúmbia nos Estados Unidos, e ainda há muito a acontecer nesta que já é considerada a "eleição mais importante da história recente".
No mercado de cannabis, pela primeira vez, temos dois candidatos presidenciais apoiando a flexibilização das restrições federais. Além disso, estados conservadores como Dakota do Norte, Dakota do Sul e Flórida estão considerando mudanças por meio de iniciativas que também serão decididas junto com as eleições presidenciais.
O principal motivo para essa mudança no posicionamento dos políticos é a busca por eleitores. Segundo a Gallup, em 2000, apenas 31% da população apoiava a legalização; agora, esse número saltou para 70%.
Com muitos estados já legalizando a maconha, você pode se perguntar: por que ainda é relevante a opinião dos candidatos presidenciais sobre a legalização? A resposta é que as leis federais ainda moldam a política da maconha em nível estadual. Por exemplo, muitos bancos, regulamentados em nível federal, permanecem cautelosos em reter dinheiro de dispensários, forçando-os a operar exclusivamente em dinheiro.
A regulamentação federal também poderia resolver alguns problemas que surgem com as legalizações estaduais, como a falta de controle de qualidade dos produtos, a inconsistência nos símbolos das embalagens e as dificuldades que as empresas enfrentam para transferir matéria-prima e produtos acabados de um estado para outro.
Resta saber com que rapidez o candidato vencedor dará atenção a esse tema. Contudo, uma coisa é certa: à medida que mais estados regularizam o uso adulto — possivelmente a maioria após as eleições deste ano — a pressão sobre o Congresso aumentará. Na Flórida, por exemplo, que já possui um robusto programa médico em vigor desde 2016, com 4% da população licenciada, a aprovação para o uso adulto parece certa. A estimativa é que, se 60% dos eleitores votarem "sim" na Emenda 3, a Flórida se tornará um dos maiores mercados de cannabis dos EUA, com grandes implicações para toda a indústria mundial e ainda mais pressão no cenário federal americano. Aguardemos.