Pesquisadores exploram os benefícios da cannabis medicinal no tratamento de demência avançada
Estudo investiga como tratamentos de cannabis podem aliviar sintomas, proporcionando uma nova esperança para essa população, que possui opções limitadas de cuidados paliativos.
Publicada em 16/01/2025
Imagem: Canva Pro
Pesquisadores da Universidade de Kentucky, Reino Unido, estão conduzindo um ensaio clínico inovador que explora os potenciais benefícios da maconha medicinal para pacientes com demência em estágio avançado. O Estudo LiBBY, financiado pelo National Institutes of Health (NIH) e aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), investiga como tratamentos de cannabis podem aliviar sintomas e desconfortos, proporcionando uma nova esperança para essa população, que possui opções limitadas de cuidados paliativos.
Greg Jicha, neurologista e diretor de ensaios clínicos no Sanders-Brown Center on Aging da University of Kentucky, destaca a necessidade urgente de tratamentos alternativos. “Até encontrarmos uma cura para as demências, sempre haverá um estágio em que o foco mudará para o conforto e a qualidade de vida”.
Atualmente, as opções incluem sedativos e antipsicóticos, que costumam trazer efeitos colaterais indesejados. “Precisamos de opções que permitem que os pacientes permaneçam alertas, engajados e cuidados em casa ou em instalações especializadas”, complementa Jicha.
O sofrimento das famílias e o papel da cannabis
A demência afeta não apenas os pacientes, mas também suas famílias. Jicha observa que um dos aspectos mais dolorosos dessa doença é o sofrimento emocional dos familiares, que muitas vezes se sente impotente diante da resolução e manifestado pelos pacientes.
O Estudo LiBBY foi nomeado em homenagem a um paciente cuja falta de opções para controlar a melhoria na demência avançada motivou a busca por alternativas. O objetivo é construir uma base de evidências sobre os efeitos do THC e do CBD nos sintomas de demência, com foco na regulação emocional. “Esta pode ser uma oportunidade de trazer paz e melhorar as interações entre os pacientes e suas famílias nos estágios finais da vida”, afirma Jicha.
Avanços nos cuidados paliativos e na segurança do tratamento
A pesquisa se alinha ao crescente papel dos cuidados paliativos na Universidade de Kentucky, liderada por Dra. Jessica McFarlin, chefe da divisão de Cuidados Paliativos e Suporte. O estudo oferece uma abordagem científica para o uso de cannabis, tranquilizando as famílias sobre sua segurança e eficácia.
“Este ensaio dá às famílias a confiança de que há uma base científica por trás do que estão fazendo, ao contrário da automedicação ou da busca por cannabis em estados onde sua legalidade é incerta”, afirma McFarlin.
O Estudo LiBBY oferece aos participantes acesso ao THC e CBD após uma fase de randomização, permitindo que todos os inscritos beneficiem dos resultados. Apesar de a demência não estar formalmente incluída nas condições para prescrição de cannabis medicinal no Kentucky, os pesquisadores esperam que os resultados possam influenciar mudanças nas políticas.
O University of Kentucky Cannabis Center, criado pelo Kentucky House Bill 604, desempenha um papel vital nesta pesquisa, fornecendo expertise e infraestrutura para o estudo da cannabis e seus derivados. “Essa colaboração fortalece nossos esforços para garantir que a ciência por trás deste estudo seja rigorosa e impactante”, destaca Jicha.
O caso de Libby personifica a missão do estudo: proporcionar conforto e dignidade aos pacientes em seus capítulos finais de vida. À medida que o recrutamento para o Estudo LiBBY avança, os pesquisadores acreditam que ele marca um passo importante no tratamento da demência e na expansão do uso da maconha medicinal em cuidados paliativos.
Com informações da Universidade de Kentucky