Subespécies da Cannabis: diferenças, propriedades medicinais e usos industriais

A cannabis, uma planta da família Cannabaceae, possui várias subespécies, incluindo Cannabis sativa, Cannabis indica e Cannabis ruderalis, além da Cannabis híbrida, criada a partir do cruzamento entre essas subespécies. Cada uma se distingue por aspectos físicos, morfológicos e propriedades medicinais. Confira as particularidades de cada uma:

Sativa:

A Cannabis sativa é caracterizada por seus altos níveis de THC e baixos de CBD. Ela prospera em climas quentes, com longos dias de sol, sendo comum em países próximos à linha do equador, como na África, América Central, Sudeste Asiático e partes ocidentais da Ásia.

Essa subespécie possui propriedades ansiolíticas e antidepressivas, sendo utilizada no tratamento da dor crônica, além de regular o sono, o humor e o apetite. A sativa é conhecida por causar um efeito energético, criativo e produtivo.

Indica:

Originária de regiões como Afeganistão, Índia, Paquistão e Turquia, a Cannabis indica se adapta bem ao clima severo, seco e turbulento das montanhas Hindu Kush, na cordilheira do Himalaia. Suas folhas geralmente têm coloração verde escuro, devido à preferência por baixa intensidade de luz.

Assim como a sativa, a indica possui uma maior concentração de THC em relação ao CBD. Seu uso proporciona um efeito sedativo e relaxante, sendo eficaz como relaxante muscular e no alívio de dores agudas e náuseas. Além disso, a indica pode auxiliar no aumento da dopamina.

Híbrida:

A Cannabis híbrida é o resultado do cruzamento entre as subespécies sativa e indica. Cultivada principalmente em ambientes controlados como fazendas e estufas, onde fatores como temperatura, umidade, luz, ventilação e nutrientes são rigorosamente monitorados.

O objetivo do cultivo de híbridas é maximizar a porcentagem de THC, mas cada híbrida pode ser "moldada" pelo cultivador para obter proporções específicas de canabinoides. Os efeitos variam amplamente, podendo incluir redução da ansiedade, do estresse e alívio de sintomas associados à quimioterapia ou radioterapia, dependendo das cepas utilizadas no cruzamento.

Ruderalis:

Assim como a indica, a Cannabis ruderalis se adapta bem a ambientes extremos, como Europa Ocidental, Himalaia, Índia, Sibéria e Rússia. Essa subespécie cresce rapidamente, é de baixa estatura e é ideal para climas frios com pouca luz solar.

A ruderalis se destaca por suas altas doses de CBD e baixos níveis de THC. Embora seja menos comum para uso medicinal ou recreativo, é amplamente utilizada para fins industriais, como na produção têxtil, alimentícia, construção civil e biocombustível, devido à qualidade de suas fibras, folhas e sementes.

Devido à baixa concentração de canabinoides, a ruderalis não é comumente usada para fins medicinais ou recreativos.

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