Uso adulto da cannabis: riscos à saúde e lacunas regulatórias desafiam autoridades nos EUA

Especialistas alertam para os perigos do uso recreativo da maconha, incluindo transtornos e efeitos colaterais graves, enquanto a regulamentação do setor enfrenta desafios em todo o país

Publicada em 10/12/2024

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Imagem Ilustrativa: IA

O debate sobre o uso adulto da cannabis nos Estados Unidos se intensifica à medida que surgem novos estudos associando seu consumo a condições graves, como a Síndrome de Hiperêmese da Cannabis, transtorno de uso de maconha e até esquizofrenia, especialmente em jovens de 12 a 25 anos. Apesar disso, a substância é legalizada em 24 estados, movimentando uma indústria avaliada em US$ 43 bilhões.

 

Lacunas na regulamentação preocupam especialistas



Embora produtos à base de maconha estejam amplamente disponíveis, a falta de padronização nos rótulos de advertência e na medição de potência preocupa especialistas. Em alguns estados, como a Califórnia, os rótulos destacam possíveis riscos de câncer e defeitos congênitos, enquanto em outros, como Oregon, as mensagens se limitam a avisos sobre restrições de idade.

Além disso, os padrões de potência variam entre estados. Produtos comestíveis podem conter de 5 mg a 50 mg de THC, mas o entendimento público sobre esses números é limitado, o que levanta questões sobre segurança no consumo.

 

Propostas para regulamentação federal



Especialistas defendem uma regulamentação federal semelhante à aplicada ao tabaco e ao álcool. Isso incluiria advertências de saúde padronizadas, limites claros de potência e tributação direcionada à redução do consumo. "A grande maioria dos problemas relacionados à cannabis afeta jovens, com impactos duradouros na saúde e na vida", destaca Thomas McLellan, ex-deputado da Administração Obama.

 

O papel do mercado ilícito e a necessidade de fiscalização
 


Mesmo com a legalização, o mercado ilegal de maconha continua a crescer. Em Nova York, por exemplo, 415 tabacarias ilegais foram fechadas recentemente, enquanto a posse de maconha cultivada em casa segue difícil de controlar. Autoridades locais e federais têm o desafio de equilibrar a repressão ao mercado ilegal e a regulamentação do setor legal.
 

A busca por soluções para o consumo seguro

 

A implementação de medidas como campanhas educativas, fiscalização rigorosa e aumento de impostos sobre produtos à base de maconha é vista como um passo essencial para reduzir o consumo e proteger os jovens. Estudos mostram que aumentos de preço, como os aplicados ao tabaco, podem diminuir significativamente o consumo, especialmente entre adolescentes.

Apesar de Donald Trump ter sinalizado apoio à reclassificação da maconha para permitir mais pesquisas médicas, questões regulatórias e preocupações com os impactos na saúde pública permanecem. Especialistas destacam que é urgente corrigir os erros do processo de legalização e implementar normas que garantam um consumo mais seguro e informado.