Nova legislação da Costa Rica define limite de THC em 1,0%, um dos mais abrangentes do mundo

Com regras mais “simples” o governo costarriquenho garante que as licenças não vão custar mais do que um valor simbólico e, desde que se respeite a norma, os interessados poderão cultivar o cânhamo sem sofrer nenhum tipo de represália

Publicada em 15/09/2022

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Redação Sechat

Após a aprovação da nova lei que regulamenta o uso medicinal e industrial da cannabis na Costa Rica, o país dá mais um passo para o desenvolvimento de um novo mercado da cannabis legal na América latina. Agora, as licenças de cultivo e produção de cânhamo serão mais baratas e amplamente disponíveis para aqueles que desejam entrar no setor pois, os níveis de tetrahidrocanabinol (THC), princípio ativo da planta, foram estabelecidos em 1,0%, isto é, um dos mais abrangentes do mundo.    

Além disso, as licenças de cultivo e comercialização dos produtos derivados da cannabis  serão renováveis ​​a cada seis anos e concedidas a agricultores e outros operadores da cadeia de suprimentos sob as novas regras, aprovadas pelo presidente Rodrigo Chaves Robles.

Na última semana, autoridades de agricultura e saúde do país, de acordo com um comunicado do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG), disseram que as novas regras são mais eficientes, afinal, a maioria dos países do globo seguem um limite geralmente aceito de 0,3% de THC, o que acaba sendo uma barreira legal para a produção ao não dividir o cânhamo da maconha.  

Como vai funcionar?

As pessoas físicas e jurídicas estão autorizadas a cultivar e processar cânhamo, de acordo com o marco, que estabelece e centraliza regras específicas para pós-colheita, armazenamento, transporte, fabricação de produtos, comercialização, importação e exportação de produtos sanitários, alimentícios e industriais.

O MAG controlará o licenciamento para a importação e reprodução de sementes de cultivo junto ao Fundo Costarriquenho de Seguridade Social (CRSS), responsável pela maior parte do setor de saúde pública do país. Além  de laboratórios autorizados e outras entidades. Essas licenças estão disponíveis apenas para organizações como centros agrícolas, associações de pequenos e médios produtores, cooperativas e associações de desenvolvimento indígenaTodos os outros licenciamentos para o cânhamo estão sob a alçada da Direcção de Extensão Agrícola do órgão regulador.

“É uma regulamentação muito simples”, disse Chaves. “As licenças não vão custar mais do que um valor simbólico e quem quiser e puder cumprir a lei, poderá plantar (cânhamo) e processar.”

Defensores do cânhamo na Costa Rica dizem que o estabelecimento de um setor robusto pode estimular o desenvolvimento das cadeias de valor agrícola, trazendo oportunidades econômicas e sociais para as áreas rurais do país e contribuir para o crescimento da indústria farmacêutica.

O governo da Costa Rica também confirmou que está preparando um projeto de lei para legalizar a maconha recreativa.