Festival de cinema de cannabis no México propôs um olhar lúcido sobre maconha e direitos

A programação incluiu produções de diversas nacionalidades e deu luz a América Latina refletindo a educação sobre o uso da planta

Publicada em 13/08/2022

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Por Sofia Missiato

A quinta edição do Festival Internacional de Cinema de Cannabis do México (FEICCA) propôs uma abordagem canábica baseada em direitos por meio do trabalho dos criadores audiovisuais de todo o mundo. A evolução do festival que teve início em Guadalajara clandestinamente, contou com convidados internacionais.

Para isso, a programação do festival, que ocorreu nos dias 14, 15, 16 e 17 de julho, procurou expressar os projetos em diferentes gêneros e formatos como longa-metragem, documentário, animação ou websérie.

Com produções da Turquia, Egito, Uruguai, México, entre outras nacionalidades, o festival coincidiu com uma maior abertura da sociedade mexicana em relação ao uso da cannabis e buscou acompanhar todo o processo. A Suprema Corte do México descriminalizou o uso recreativo de cannabis para adultos em junho de 2021, declarando inconstitucional artigos da lei de saúde que o proibiam.

Antes da primeira edição do FEICCA ganhar forma e destaque no México, os idealizadores do projeto sentiam que havia uma lacuna significativa na divulgação do assunto a partir da cultura e da educação. Isso os levou a investigar a pauta e constataram que as origens do estigma em torno da maconha estavam no cinema, espaço em que foram construídas narrativas negativas sobre seu uso durante as décadas de 1920 e 1930, bem como em propagandas comerciais.

Um dos documentários que foi mais esperado é o Madre Planta, que retrata as lutas e sonhos de um grupo de mães argentinas e chilenas, em seu desejo de melhorar a qualidade de vida de seus filhos com óleo de cannabis. Além disso, há também o esperado, Pachecos Functiones, que reúne depoimentos de consumidores de maconha —chamados de "pachecos" no México.

Programação completa:







O projeto teve repercussão em vários países sul-americanos, como Chile, Argentina e Uruguai, que, a partir do exemplo mexicano, promoveram seus próprios festivais. Será uma oportunidade para o Brasil?

O festival terminou no dia 17 de julho e teve uma mostra internacional composta por 96 séries, documentários, curtas e filmes de 16 países, além de oficinas, atividades e palestras sobre a maconha e todos os seus usos. 

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