Mercado bilionário de cannabis deve atrair mais investidores em 2023

Os produtos à base de Cannabis podem movimentar cerca de US$ 61 bilhões até 2026 em todo do mundo

Publicada em 28/12/2022

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Os produtos à base de Cannabis podem movimentar cerca de US$ 61 bilhões até 2026 em todo do mundo, segundo os dados da consultoria especializada BDSA. Porém, esse mercado bilionário ainda precisa superar barreiras legais e ideológicas.

Mesmo com os impedimentos impostos pela legislação brasileira sobre o cultivo e comercialização da cannabis no País, os estudos científicos mostram que substâncias como CBD e THC, extraídas da planta, são importantes para o tratamento de doenças como epilepsia, demência, fibromialgia, Parkinson e até mesmo a depressão.

Desta forma, a comunidade científica é aliada ao setor que, apesar de todos os entraves, se mostra também um mercado com muito potencial para investidores.

Não é por acaso que empresários de todo o mundo se sentem atraídos pelo poder lucrativo da planta.

Em 2021, a legalização do uso recreativo da maconha foi aprovada pelo governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo. De acordo com a lei, maiores de 21 anos podem comprar e cultivar plantas para o consumo pessoal, desde que parte dos recursos arrecadados seja destinada ao tratamento contra a dependência química e a campanhas de educação.

Aos olhos dos investidores, a legalização fomenta a indústria e traz novas perspectivas de crescimento para o setor no mercado financeiro.  

Como investir em maconha no Brasil?

Existem duas maneiras de aplicar dinheiro no mercado de cannabis no País: fundos de investimento ou diretamente nas empresas listadas em bolsa de valores estrangeiras, por meio de ETFs (Exchange Traded Funds).

No Brasil, existem três fundos específicos do setor de Cannabis disponíveis.

A XP oferece o Trend Cannabis para investimentos de maneira passiva no MJ. Para investir no ETF listado nos Estados Unidos, a aplicação mínima é de R$ 100, vale lembrar que é cobrada uma taxa de administração de 0,5% ao ano.

A Vitreo traz outras duas opções de gestão ativa para investimentos em Cannabis:  o fundo Cannabis Ativo e o Canabidiol. Essas duas opções são possíveis de serem compradas por cotas de R$ 100. Porém, as taxas de administração são diferentes, 0,72% ao ano e 0,9, para cada um deles respectivamente.

Segundo um levantamento divulgado pelo E-Investidor, das 29 empresas do setor de Cannabis listadas nas bolsas de valores dos Estados Unidos, apenas uma teve retorno positivo em 2022. A Marrone Bio Innovations teve alta acumulada de 25,97% na primeira quinzena de maio deste ano.

Além dessas opções, os investidores também podem fazer aplicações diretamente nas empresas no exterior por meio de ETF. O universo da Cannabis é diversificado e oferece vários modelos de investimentos.

O investidor brasileiro interessado só consegue fazer aplicações se recorrer aos fundos de investimentos ou ETFs, já que o seguimento é proibido no País.

A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite aos consumidores brasileiros apenas o acesso aos medicamentos com base em canabinóides com prescrição médica.

Em fevereiro, a Anvisa autorizou a importação e a comercialização de três novos produtos medicinais à base de maconha. O Canabidiol Belcher, o Canabidiol Aura Pharma e o Canabidiol Greencare, além de outros 11 itens derivados que já são liberados no Brasil. Eles não têm mais que 0,2% de THC (Tetrahidrocanabidiol).

O lucro no Brasil

Os entraves na legislação ainda impedem que o setor se desenvolva para outras áreas como produtos de bem-estar e beleza. O potencial econômico da indústria de Cannabis é gigantesco, mas ainda é algo distante da realidade do Brasil.

Para contextualizar a proficiência do setor, a Kaya Mind, inteligência de dados voltada para o mercado de Cannabis, apontou em seu relatório de “Impacto Econômico da Cannabis”, em junho de 2021, que, somados, o uso medicinal, industrial e recreativo cerca de R$ 26, 1 bilhões poderiam sem movimentados na economia brasileira.